Trabalhos de Conclusão de Curso

Espaços livres como meio de Promoção e Restauração da saúde - os jardins do Hospital Regional de Biguaçu

Apresentação

Como Arquitetos e Urbanistas em formao, somos constantemente estimulados a valorizar o contato com o ambiente natural das pessoas as quais, imaginamos, vivenciaro os lugares que projetamos. Seja atravs da criao de praas, corredores verdes e hortas comunitrias nos projetos urbansticos; ou ento de grandes janelas com vista para o jardim e telhados vegetados nos projetos arquitetnicos.

Os chamados espaos verdes so sempre colocados como sinnimos de qualidade de vida. Sempre encaramos isso naturalmente, sem nos perguntarmos porque esses espaos so indispensveis na vida urbana _ principalmente nos dias de hoje. possvel, mesmo, que seja algo bastante intuitivo, j que por experincia conhecemos o papel restaurador das praias, casas de campo, montanhas, florestas e plantas “suculentas” em nossos apartamentos.

E se nos aprofundssemos mais no assunto, descobrindo,ou tentando descobrir pelo menos, o motivo pelo qual anatureza nos faz bem?

Inicialmente foi isso que buscamos, e logo descobriu-se um potencial maior do que o imaginado no contato humano com os elementos naturais (apndice I - projeto de pesquisa). Diversos estudos cientficos ao redor do mundo, alm do saber milenar de diversos povos, sugerem uma relao entre a natureza e a sade humana, seja na promoo, seja na restaurao da sade.

Dentro da Psicologia Ambiental, vemos vrios estudos mostrando que o ambiente em que uma pessoa est inserida com determinadas caractersticas fsicas e sociais, influencia na sade psicolgica dela; o que por sua vez, pode influenciar na recuperao da sade fsica. Partindo disso, temos uma tendncia em todo o mundo de dar mais ateno justamente aos ambientes em que se concentram as pessoas mais frgeis tratando-se de sade: os hospitais. Tem-se, portanto, um esforo no sentido de humanizar esses espaos. Uma das formas de fazer isso atravs da incorporao de elementos da natureza, visto que o contato, seja pelo sentido da viso, do olfato, da audio ou do tato, com a natureza, tem um papel muito especial na restaurao da nossa sade. Surgiram ento, os jardins de cura!

Ao longo de todo o curso de arquitetura e Urbanismo, nas muitas viagens at a universidade, (“viagens”, numa referncia as brincadeiras, amigveis, de alguns colegas ao longo dos anos em relao a distncia que eu cruzava diariamente at a universidade) pude acompanhar o incio dos atendimentos no Hospital Regional de Biguau Helmuth Nass (HRBHN), que ficava no caminho de Antnio Carlos, minha cidade, at Florianpolis (UFSC). Observei o quo desqualificado era o espao externo da unidade e ouvi muitos comentrios, leigos e tcnicos, depreciativos sobre as edificaes do conjunto.

Nesse trabalho vou analisar as vrias alas do conjunto aos olhos da teoria dos ambientes restauradores; mas o que faz meus olhos brilharem mais, poder transformar a aridez do cascalho e da pavimentao em boa parte do terreno, em jardins de cura. Fao aqui uma ressalva, prtico como sou, de que no sou alheio s dificuldades que o Sistema nico de Sade brasileiro tem, e sei que o cascalho e a pavimentao so uma soluo bastante funcional, gerando baixos custos de manuteno. O que proponho nesse trabalho investir em estratgias que podem diminuir o tempo de internao de pacientes, diminuir o estresse e consequente desateno de funcionrios, etc, e assim economizar no tratamento dos pacientes. Alm disso, proponho uma ampliao no conceito de hospital: ao invs de atuar apenas na restaurao da sade, o HRBHN realizaria aes no intuito de promover a sade das pessoas da comunidade, principalmente. Isso geraria uma maior integrao desse grande equipamento no bairro, alm de gerar economia em tratamentos l na frente.

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