Trabalhos de Conclusão de Curso

Trabalhos do ano 2017

Foram en contrados 67 trabalhos

2017-2

SESC JOSÉ MENDES - CENTRO CULTURAL E TERAPÊUTICO

Este trabalho de conclusão de curso é o projeto arquitetônico de um centro de atividades culturais e terapêuticas do SESC/SC (Serviço Social do Comércio de Santa Catarina) no bairro José Mendes (Florianópolis/SC). O terreno do projeto fica no centro do bairro e possui em sua testada uma edificação que abrigava uma unidade da fábrica da Coca-cola. Além dos usos culturais e terapêuticos, proponho a criação um espaço de lazer e permanência, o que é muito escasso no bairro. No desenvolvimento deste projeto trago como inspiração a Biodança, atividade criada pelo chileno Rolando Toro Araneda, que une terapia e cultura através da dança e da música.

A arte do encontro, um estudo a respeito da identidade desde a América Latina à Lagoa da Conceição

O ponto de partida do trabalho foi um questionamento que se formou da metade para o final do curso, quando percebi que eram pouquíssimas as referências latino americanas usadas durante as aulas: Se somos tão semelhantes, com histórias em parte compartilhadas, porque insistimos em buscar referência para as nossas questões tão longe daqui? Na tentativa de encontrar os porquês, mergulhei na nossa história atrás de respostas e de justificativas para a relevância desses questionamentos. Fui de Milton Santos, Eduardo Galeano, a Ramon Gutierrez. Da economia à arquitetura buscando fatores de aproximação. E encontrei-os relacionados à formação da nossa identidade cultural (ou a falta dela). Por fim, transportei a temática, já dentro do âmbito urbano, para o Centrinho da Lagoa, com as suas devidas justificativas, passando por uma experiência imersiva em Medellín, Colômbia, a qual me serviu de referência para o estudo de caso. A proposta, que se apresenta mais como materializacao desses questionamentos e as respostas encontradas do que de um projeto de intervenção propriamente dito, atua sobre os espaços de públicos do bairro, criando uma rede, partindo do entendimento de que as identidades sociais e culturais de um lugar necessitam do encontro das pessoas para que se forme e fortaleça.

A escola da vida e a vida na escola - Educação Integral na comunidade do Frei Damião, em Palhoça.

     A educação é um direito de todos, a base da sociedade. A escola é o lugar onde a criança passa a maior parte do seu tempo, ou deveria. É o lugar de influência direta e decisiva e deve ser um espaço que fortaleça seu desenvolvimento.

Comecemos pelas escolas, se alguma coisa deve ser feita para ‘reformar’ os homens, a primeira coisa é ‘formá-los’.” (Lina Bo Bardi em Primeiro: escolas, Habitat, no 4, 1951) 

     O  então trabalho de conclusão de curso consiste na elaboração do projeto arquitetônico de uma escola integral de ensino fundamental da rede pública, na comunidade do Frei Damião, em Palhoça.  A escolha de se trabalhar na comunidade do Frei Damião veio por esta ser considerada uma das comunidades mais pobres e carentes de infraestrutura, ser uma população abandonada pelo poder público, segregada socialmente e isolada no contexto geral de Palhoça, onde sua população lida, inclusive, com o estigma de morar na comunidade. Sem a regularização da terra e a infraestrutura urbana, a área acaba de tornando vulnerável a especulação imobiliária devido ao processo de valorização do entorno. A escola, uma instituição forte em uma comunidade, aliada com outros fatores, pode favorecer a permanência da comunidade no terreno atual. 

     A escola possui um papel social importante, pois é o lugar de formação, aprendizado, encontros e cria um laço importante com a criança e entre as crianças. É o espaço tanto do aprendizado como da brincadeira. Pode ser um fator de integração da comunidade, um espaço público de interação, socialização e expressão. A comunidade do Frei Damião se caracteriza como uma população jovem e quase metade dos seus moradores, segundo informações contidas no cadastro socioeconômico do Município de Palhoça, não possuem ensino fundamental completo. É importante que, possuindo um equipamento escolar público, integral e de qualidade, se oportunize que todos tenham um acesso digno à educação. Devido às condições citadas e a atual situação da escola de ensino básico da comunidade, viu-se a importância de uma proposta de requalificação do local através de um projeto arquitetônico para uma nova escola na comunidade. 

A outra margem, reurbanização do Bairro Barranca - Araranguá, SC

Araranguá, uma cidade dividida pelo Rio. Em uma margem o centro e a periferia da cidade em expansão, na outra, uma comunidade com pouca infraestrutura, assolada por enchentes e segregada socioespacialmente. A construção de uma ponte e o desvio da BR-101 pós duplicação criam novos acessos e possibilidades para a comunidade da Barranca. Nesse trabalho busco uma proposta de reurbanização que considere os aspectos históricos, ambientais e sociais dessa área.

Palavras chave: parque urbano, uso do solo, resiliência, direito à cidade. 

A Ponte Hercílio Luz como Espaço Público de Memória

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Mapa em 2017, a Ponte Hercílio Luz é o monumento mais lembrado pela maioria dos catarinenses (Nossa Hercílio Luz, 2017). Considerada o cartão postal de Florianópolis e o monumento representante de um período de modernização da capital, reforçando a sua importância histórica e arquitetônica, este trabalho busca resgatar a memória do lugar através da revitalização da Ponte Hercílio Luz e seu entorno e a consequente inserção no dia-a-dia da população, permitindo que as pessoas apreciem o valor do patrimônio histórico como símbolo da cidade de forma a assegurar a sua preservação. Tem como objetivos qualificar o espaço público através da criação de um parque linear na ponte; revitalizar as áreas verdes do entorno integrando-o com o parque linear e criando uma grande área de lazer urbano para a população; conectar o continente e a ilha através de uma forma de transporte especial que possa estar ligado ao futuro projeto de linhas de BRT, e criar um museu da ponte que passe pela própria Ponte Hercílio Luz, de forma a contar sua história através de um percurso, permitindo um contato direto do usuário com a ponte.

Articulando Paisagens: o Rio, a Rua e a Linha Férrea em Passa Quatro-MG.

O projeto visa explorar as potencialidades que o centro urbano de Passa Quatro-MG possui como espaço público, principalmente no que concerne às duas dimensões tão presentes na paisagem: a histórica e a ambiental. Estas dimensões são representadas pelas três camadas que compõem a paisagem: o Rio, a Rua Direita e a Linha Férrea. Estas camadas conformaram a apropriação do centro histórico e geraram paisagens marcadamente distintas na cidade. A Rua Direita norteou a ocupação da localidade, como lugar de passagem e pouso de bandeirantes e tropeiros. A Linha Férrea impulsionou o crescimento, ao facilitar a conexão com outros locais, propiciando o desenvolvimento de novas atividades como o cultivo e beneficiamento do fumo. Juntos, a ferrovia e o fumo, foram os grandes responsáveis por alterar o espaço citadino e conformar o centro histórico tal como se encontra hoje. O rio, por sua vez, configura um vale que facilitou o cruzamento da Serra da Mantiqueira rumo ao interior das Minas Gerais. Ele fornece legibilidade ao espaço, mas sofre com as pressões dos elementos urbanos, já que está nos fundos, às margens da paisagem da cidade. Assim sendo, o propósito deste trabalho é promover a articulação entre essas camadas que conferem identidade e singularidade a cidade de Passa Quatro. Foram feitas análises e leituras de cada uma delas, na porção que perpassa o centro da cidade, para então lançar as diretrizes projetuais para a área do centro histórico. O projeto final consiste no desenho urbano de um eixo que perpassa e integra as três camadas, o rio, a rua e a linha férrea, funcionando como um estudo de caso de como as diretrizes gerais podem ser aplicadas para todo o centro histórico, considerando-se suas especificidades.

Palavras-chave: centro histórico, patrimônio, requalificação ambiental, rios urbanos, linha férrea, desenho urbano.

 

 

 

A forma encontrada para apresentar o Caderno de TCC-2 foi através de um site, no qual se encontram todas as etapas abordadas no projeto. O link segue abaixo, aconselhável visualizar em desktop:

 https://larischaves.wixsite.com/articulandopaisagens

 

Cartografia do Imaginário: traduções sensíveis de uma cidade esquizofônica

   Tenho situado a cidade entre a ciência e a poesia e nesse entre vou reconhecendo um mundo inteiro. A intuição vem como forma de aceitar o múltiplo, o caótico e, permitindo perder-se, damos espaço ao fantástico, à ilusão, ao sonho. Talvez a arquitetura pretenda ‘apenas’ amparar a imprevisibilidade da vida e considero o som como possibilidade de experimentar outras espacialidades, outras abordagens perceptivas do real. Acredito que, fazendo o filme, se descobre o roteiro do próprio filme e a cartografia vem me acompanhando nessa vontade.

Link de acesso ao site, que complementa o entendimento deste trabalho:

http://vivikaram.wixsite.com/cidadeesquizofonica

Casa de Acolhimento LGBT

Preconceitos e violências estruturais marcam o cotidiano da população LGBT. Em muitas cidades ao redor do globo, vivem em situação de marginalidade e invisibilidade. Possuem seus direitos tolhidos, sendo por vezes excluídos da vida pública se optam por expor sua sexualidade e afetividade. São constantemente colocados à margem de uma sociedade por pressões sociais, ou então criam espaços específicos para convivência, gerando microcosmos dentro da urbe. Ao longo de meus estudos descrevi e contextualizei a situação brasileira e florianopolitana dessas pessoas, às quais nossa sociedade nega condições de vida e de tratamento humanas. A Casa de Acolhimento surge aqui como a possibilidade de dar estrutura básica para estas pessoas terem uma vida plena, saudável, integrada e até mesmo criarem laços afetivos que fortaleçam seu movimento de resistência. O projeto localiza-se em um lote de esquina ao lado da Casa da Divina Providência, no bairro Trindade. A Casa traz em seu programa uma gama de atividades que visam tanto capacitar seus acolhidos, como integrá-los com o restante da cidade funcionando como um grande equipamento de uso comunitário. Além disso, cria espaços e costuras urbanas a nível peatonal, também demarcando a presença da população LGBT na cidade através da expressividade da composição arquitetônica. 

Palavras-chave: Casa; Acolhimento; LGBT; Gênero;

Casa de Apoio para o Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria em Joinville - SC

O meu intuito com este trabalho é a experimentação de propostas de espaços de acolhimento e apoio ao ambiente hospitalar, tanto do ponto de vista da sua percepção e apropriação pelos usuários, como em relação ao espaço urbano. Além disso, refletir sobre como a Arquitetura pode se tornar um instrumento terapêutico, auxiliando no tratamento dos pacientes.
Essa experimentação será realizada através do desenvolvimento do projeto de uma Casa de Apoio para atender as crianças em tratamento do Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria em Joinville, com a motivação de oferecer melhor qualidade de vida e de tratamento. Além disso, desenvolver espaços de espera e convivência, que poderão, também, ser utilizados pelos demais usuários e funcionários do Hospital.
O objetivo do projeto, dessa forma, é acolher as crianças, bem como suas famílias, que se deslocam de outras cidades para receber o tratamento, disponibilizando suporte físico, emocional e social. Criar um ambiente que proporcione informação, apoio e acolhimento aos usuários.

Chegar e Estar no Hospital Infantil Joana de Gusmão

O tema deste TCC é a qualificação do complexo hospitalar localizado no bairro da Agronômica, em Florianópolis, abrangendo tanto a rua quanto o edifício, nesse caso, com foco no Hospital Infantil Joana de Gusmão.

A motivação desse projeto é poder proporcionar um espaço acolhedor para pessoas que estão em tratamento médico e que se encontram debilitadas, física e/ou emocionalmente. Esse acolhimento não começa somente dentro de um hospital, ele se inicia desde a chegada da pessoa à área hospitalar, criando as condições favoráveis de acessibilidade, conformando ambientes convidativos, proporcionando áreas de estar e convivência.

Cidade Subjetiva

Este trabalho propõe-se investigar a retomada da experiência subjetiva na cidade, como uma forma de reverter a espetacularização dos centros históricos, a partir de intervenções urbanas que estimulem o olhar e o pensamento crítico. Tomo como estudo de caso o bairro da Pedreira, porção do núcleo histórico localizada a leste da Praça XV, na cidade de Florianópolis.  

Tais intervenções pretendem modificar a percepção dos habitantes da cidade em relação aos locais que convivem diariamente, como forma de resgatá-los do automatismo e da velocidade que a cidade contemporânea impõe. Minha proposta é que o corpo que vivencie as intervenções, consiga durante a experiência, atualizar uma memória quase que inconsciente, uma subjetividade.

O ponto de partida para a concepção das intervenções, foram as minhas experiências objetivas e subjetivas pela Pedreira, principalmente aquelas vivenciadas durante a construção desse trabalho, assim como, minhas motivações e inquietações. As intervenções se dividem em duas instalações temporárias e uma permanente, que constituem um processo de transformação da cidade e dos corpos que nela habitam.

A primeira e a segunda etapa, começam com as intervenções temporárias, que são os elementos propulsores da transformação, elas têm por objetivo mobilizar os habitantes a fazer parte desse processo. Já a terceira etapa, fica de forma permanente no bairro, dando suporte a comunidade e também se destacando como uma marca física desse acontecimento. Espera-se, portanto, que as experiências subjetivas, causadas pelas intervenções, transformem o modo como vemos o espaço e que continuem acontecendo diariamente ao se viver a cidade.

 

Palavras chaves: Subjetividade; espetacularização; intervenção-urbana.

Cooperativa de Anitápolis - Um elo entre a comunidade rural e urbana

Inicialmente, o presente trabalho investiga o município catarinense de Anitápolis, em sua esfera sócio-espacial e sua relação particular homem/meio, com a finalidade de estimular o debate sobre estratégias que direcionam o desenvolvimento local de maneira sustentável. Após pesquisa e análise, proponho então como tal estratégia a organização coletiva do trabalho dos pequenos agricultores do município voltada para o comércio da região. Neste caso, a arquitetura se enquadra como instrumento para a criação de identidade deste projeto sócio-espacial, ao projetar os espaços que dão base a rede de produção da cooperativa. Iniciando o processo nas propriedades rurais cooperadas, logo após na convergência desta produção para agroindustrias rurais, que se encontram nos pequenos núcleos rurais do território e, por fim, a sede da cooperativa, inserida no núcleo urbano do município, sendo este o local chave para a interface entre a cooperativa e a sociedade, o espaço destinados as relações humanos e ao comércio regional.   

 

Despertando Olhares: Encontro entre Paisagem e Vida no Interior de São José/SC

Este trabalho apresenta um ensaio urbanístico ambiental acerca do bairro Colônia Santana (São José/SC), periferia da região metropolitana de Florianópolis. Com intuito de evidenciar a paisagem local e a memória urbana apagada através do tempo, abafada pelas dificuldades sociais. Mais do que projetar e criar novos espaços, nossa profissão está intimamente relacionada em despertar nas pessoas e lugares, novos olhares, promovendo novas oportunidades. Meu olhar é destinado para este local caracterizado como um ambiente rururbano, onde a urbanização está intrinsecamente ligada ao ambiente natural, que possui sua história conectada ao objeto fundador do bairro: o Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina. Assim como Villaça, partimos da premissa que maior desafio de nosso país não é educação e nem a saúde e sim as injustiças a elas associadas.Sua população está submetida à precariedade do lugar em que habita, percebe-se que as expectativas e sonhos que possuem vêm acompanhados de uma falta de confiança na sua capacidade de lutar contra a situação em que vivem. Dados do IBGE (2010) evidenciam que este bairro apresenta uma das menores renda de responsável por domicílio do município. O ensaio visa estimular o potencial de novas conexões entre os moradores e o meio natural através do desenho urbano, pensado numa perspectiva enraizada na comunidade e cultura local. Palavras-chave: Paisagem, Saúde Mental e Espaços Públicos.

Mapas Interativos: https://carbonerafelipe.wixsite.com/despertandoolhares

Caderno em Melhor Qualidade: https://issuu.com/carbonerafelipe/docs/caderno_tcc2_felipecarbonera_m__dia

 

 

Diretrizes Sustentáveis na Concepção da Habitação

 

Palavras-Chave:

Sustentabilidade

Tecnologia

Habitação

Este Projeto de Graduação propõe-se a apresentar a concepção de um projeto-conceito através de diretrizes sustentáveis, o que significa um projeto integrado onde todas as decisões projetuais são pautadas pela busca de um equilíbrio entre três pilares fundamentais: Aspectos sociais, econômicos e ambientais.

No aspecto social, adota-se o desenho universal na definição do layout das UHs e áreas comuns;

No econômico, tem-se a arquitetura compacta, a flexibilização da planta da UH e a redução da necessidade de fechamentos e esquadrias;

No ambiental, valoriza-se as estratégias passivas de conforto ambiental como ventilação cruzada e iluminação natural, a utilização de técnica construtiva de baixo impacto (híbrido com foco em wood frame) e a indicação de sistemas eficientes (captação de água da chuva e  energia solar).

O objeto final é um anteprojeto de habitação inserido no contexto urbano atual da cidade de Florianópolis.

 

 

 

Enseada de Brito _ Patrimônio e desenvolvimento

               O estudo na freguesia da Enseada de Brito deve-se ao fato da região ser o povoamento inicial do município de Palhoça, e um dos primeiros em Santa Catarina. A localidade está situada entre o mar e a Serra do Tabuleiro, se destaca pelo patrimônio natural, histórico e cultural. Os exemplares de arquitetura luso brasileira formam um conjunto patrimonial composto pela praça e 11 edificações históricas tombadas pelo IPHAN.

               Ao analisar o histórico percebe-se que a Enseada de Brito não teve um crescimento expressivo, talvez pela fundação da freguesia de Palhoça mais próxima de São José ou pelo seu acesso feito durante muito tempo apenas pelo mar. A freguesia manteve a cultura açoriana e ainda preserva muitas atividades culturais herdadas dos seus colonizadores.

               Busca-se então, criar uma relação entre o patrimônio material e imaterial como uma forma de requalificar os bens tombados, símbolos de uma cultura e detentores de uma história, valorizando e reavivando a cultura -  artesanatos, festividades e gastronomia.

               Através de estratégias de requalificação urbana evidenciando suas potencialidades paisagísticas patrimoniais e culturais. Introduzir a educação patrimonial na busca da inserção de conteúdos culturais a partir dos valores da própria comunidade.

               Assim criar um equipamento cultural inserindo a educação patrimonial que conecte as potencialidades e mostre para a população a importância do patrimônio e da sua conservação para a identidade local.

Entre bairro e cidade: nó intermodal em Barreiros

A cidade, como urbe, é um conjunto de elementos inter-relacionados. Eles podem ser divididos em sistemas que, de maneira geral, se igualam em importância e necessidade de atenção para que operem adequadamente e componham um todo funcional: a própria cidade. São os denominados sistemas urbanos: abastecimento de água, energia elétrica e comunicação; gerenciamento de esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana; e mobilidade urbana.

O Núcleo Metropolitano de Florianópolis, não tem se mostrado um exemplo positivo do fornecimento desses elementos. Dentre os inúmeros problemas que sua rede de sistemas possui, o presente trabalho tratará da Mobilidade Urbana, que figura entre os mais graves, e que caracteriza parte da solução de outros problemas, como moradia, preservação do meio ambiente, acesso aos espaços de lazer, etc.

A Mobilidade Urbana refere-se à garantia a todas as pessoas do direito de ir e vir dentro da urbe, realizando suas atividades e deslocamentos com segurança e autonomia.

Ao se deslocar pela cidade, uma pessoa possui basicamente dois tipos de necessidade. A primeira, denominada de macroacessibilidade, consiste essencialmente de longos deslocamentos na área urbana. Para atende-la, são construídos os sistemas viários e de transporte público estruturais.

A segunda, corresponde aos acessos e conexões entre espaços, equipamentos e serviços na escala do pedestre, que precisam, necessariamente, ser confortáveis e seguros. Para tal, é necessário que haja um sistema viário e de transportes que privilegie a microacessibilidade, ou seja, com calçadas largas, pontos de parada de embarque e desembarque próximos e redução da velocidade dos veículos.

O conflito é nítido, porque para que funcione bem a função macro são necessárias pistas largas, alta velocidade e sem muitas interferências, enquanto para a micro é necessário reduzir a quantidade e a velocidade dos veículos, privilegiando os pedestres e ciclistas.

O objetivo do presente trabalho consiste na resolução dos conflitos entre as escalas de conexão, que transcende a separação dessas funções em espaços diferentes da cidade, necessitando de um redesenho urbanístico, paisagístico e arquitetônico do espaço, que vise a oferta de qualidade dos deslocamentos das pessoas pela cidade, pelo bairro e pela rua, e fazendo com que as duas escalas de acessibilidade trabalhem juntas, adequando-se uma a outra – sempre priorizando a micro, por tratar do deslocamento elementar, aquele que traz vida à urbe.

Esse desenho será trabalhado em uma estação de transportes intermodal: a de Barreiros. Essa estação se apresentará como um equipamento importante tanto na escala da cidade, já que se trata de um dos principais pontos de transbordo de passageiros; quanto para o bairro – já que fornecerá uma vitalidade significativa para o local. 

Pretende-se, então, contribuir para a discussão da mobilidade urbana sustentável da região metropolitana de Florianópolis, por meio da proposição de um sistema de transportes público, que conecte as quatro cidades do Núcleo Metropolitano, baseado no PLAMUS; uma estação de transferência intermodal no bairro de Barreiros que englobe todos os modais apresentados no sistema; e a integração entre ele e a cidade, apresentando a conexão entre a macro e a microacessibilidade. 

Espaço Socrático: uma requalificação escolar a partir do espaço aberto

A Escola Básica Beatriz de Souza Brito é o espaço de intervenção do trabalho de conclusão de curso. Como possibilidade, a escola apresenta uma diretriz que é tornar-se uma escola de leitores. Surge com isso um conceito criado pelos professores, o Espaço Socrático. Este teria a capacidade de reorganizar de maneira ampla os espaços funções e requalificar o ambiente escolar de uma maneira geral. Para a construção do conceito foram efetuadas pesquisas sobre a Ágora Grega e sua devida importância para a sociedade da época. O projeto busca criar espaços para descanso, leitura, apresentações e brincadeiras, gerando planos horizontais ligados entre si por escadarias e arquibancadas. Além disto, busca a criação de uma nova referência no bairro, buscando abrir a escola para a rua principal, criando um elo da administração da escola com a comunidade sem interferir no ambiente escolar. O projeto tentou criar uma nova relação com o espaço escolar, o espaço aberto horizontal como possibilidade de ocupação e de apropriação dos alunos e professores, e que este fosse utilizado como meio de aprendizagem e incentivo aos alunos além das salas de aula.

Habitação Social e Nova Centralidade no Bairro Fabrício - Santo Amaro da Imperatriz

Santo Amaro da Imperatriz: a cidade das águas termais. A mesma água que dá nome à cidade, faz parte da economia e orgulha os moradores, é capaz de provocar diversos desastres naturais durante as épocas de cheias no Rio Cubatão. Deste modo, existem algumas áreas suscetíveis a alagamentos e deslizamentos de terra e é onde, de modo geral, as famílias com menor renda se abrigam.

A partir da análise dessas áreas risco, optou-se por intervir na região que não só é a que contêm maior número de residências em perigo, como também convive com a segregação imposta pela sociedade - O Bairro Fabrício. Bairro este, relativamente novo, com início na década de 70, que hoje recebe 71 famílias em situação de risco por deslizamento.

Por conseguinte, haja vista as soluções adotadas pelo poder público acerca das desapropriações no município, nos últimos anos, propõem-se uma nova forma de viver a essa comunidade, através de um complexo habitacional, que combina moradia com comércio, serviços e lazer de uso público.

 

Palavras Chave: Habitação Social, Segregação, Áreas de risco. 

Inovação e Fabricação em Espaços Ferroviários

Este projeto de graduação abrange duas áreas em sua proposta, um pólo de economia criativa articulado com um parque linear metropolitano, assim como o projeto de módulos para essas áreas através da fabricação digital dos mesmos. A área de intervenção é o pátio ferroviário de Campinas - SP; trata-se de uma área tombada, com diversas edificações históricas que necessitam um uso que auxilie na sua preservação e mantenha viva sua memória. Propõe-se aqui sua transformação em Pólo Economia Criativa articulado com um parque linear metropolitano ao longo da linha férrea entre Campinas e Jundiaí.

Palavras Chave: Patrimônio Ferroviário/Economia Criativa/ Fabricação Digital/ Arquitetura Transportável/ Parque Urbano

 

Inquietações sobre o vazio: o estado das multi-realidades

Palavras chave: vazio; multi-realidades; espacialidades urbanas.
 

O projeto compreende o vazio como estado contentor das multi-realidades, tendo em consideração a coexistência de diferentes atores urbanos e modos de habitar a cidade. Busca-se entender o espaço arquitetônico e urbano na complementaridade dos diferentes corpos que suporta, colocando-os em uma relação de equilíbrio dinâmico e não dicotômica. A primeira questão lançada pelo trabalho se concentra em entender como a arquitetura e o urbanismo, sendo essas materialidades que não possibilitam facilmente grandes transformações formais, podem permanecer como corpos físicos ainda que sua relação com o sujeito, a mesma que os mantém existentes, é de total impermanência. Qualquer materialidade lançada deverá, assim, suportar as modificações de seus atores e da natureza de suas ações. Mas quais seriam os elementos sensíveis que estabeleceriam a relação entre sujeitos e objetos? Com o uso de mídias variadas, explora-se no processo a construção subjetiva de possíveis imagens do centro fundacional de Florianópolis a partir das vivências particulares do autor nas diferentes espacialidades urbanas, temporalidades e na consideração dos valores humanos presentes em cada lugar experienciado. O projeto não é tido como conclusivo, talvez o que menos se almeja seja a conclusão de questões e do questionar. As inquietações que estimularam e que ainda estimulam a discussão do tema são continuadas e tornam o processo um encaminhamento para um novo processo.

 

Caderno no seguinte link: http://bit.ly/diogojeremias 

Módulo de habitação estudantil: estudo para implantação em Florianópolis

A proposta é criar um módulo de habitação com projeto simples e possibilidade de execução rápida, que possa ser executado em diversos tipos de terreno, para ampliar o alcance do projeto. Desta forma, seria possível a quantidade de vagas aumentar conforme a demanda. Ao final do trabalho serão apresentadas as plantas do módulo juntamente com uma proposta de implantação em terreno real, assim como diretrizes de implantação para terrenos diversos. Para minimizar os custos com equipamentos de cozinha e lavanderia, por exemplo, serão criados módulos de uso comum com áreas de lavanderia e cozinha completas, área de estudos em grupo e individual, áreas de convivência e áreas de estar.

Palavras chave: moradia estudantil; modulação.

Moradia Estudantil: Habitação Cidadã no Bairro Córrego Grande

Na luta pelos direitos dos estudantes na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), propõe-se a construção de um edifício que comportará, dentre outros programas, habitação para estudantes da UFSC. O novo projeto de moradia estudantil da UFSC é localizado no bairro Córrego Grande, buscando estimular a vitalidade local e defendendo o bairro das atuais tendências de gentrificação.

No (an)seio de novas apropriações: As mulheres-mães, você e a UFSC

A proposta vem como resposta a uma cidade frenética, rápida, rígida. Por que não olharmos pro nosso cotidiano de uma forma diferente? Por que então não relembramos como era que o tempo passava quando não éramos adultos? Vamos nos imergir no ponto de vista da criança, vamos aprender de novo! Vamos ressignificar nossas certezas! O projeto propõe a imersão do sujeito padrão (ou seja, aquele que reproduz discursos opressões) na esfera lúdica da criança, estimulando a empatia dele para com a criança, e consequentemente, sua cuidadora: a mulher-mãe.

​Para promover a imersão do sujeito padrão na perspectiva da criança, elabora-se no projeto uma releitura dos princípios pedagógicos da Maria Montessori. Desta forma, começamos a reeducar nossos adultos, fazendo com que eles ajam de maneira mais intuitiva, autônoma e livre. É através do ambiente preparado e da observação de si mesmo e do o outro, o estudo de mobiliário a seguir tem como objetivo reviver as descobertas sensoriais dos primeiros anos de vida de cada indivíduo. A mudança da perspectiva do adulto, direcionando-o para a perspectiva da criança, gera um movimento de empatia e acolhimento, fazendo com que a inserção da mulher-mãe na esfera pública se dê de maneira mais natural e agradável.

Saiba mais em: https://camilaabad.wixsite.com/noseio


Palavras-chave: Feminismo; Direito à cidade; Universidade; Mãe

Novo olhar sobre o parque da luz: uma intervenção física e virtual

A evolução e adaptação da arquitetura ao longo do tempo tem uma forte relação com os recursos e tecnologia disponível em determinada época, bem como às transformações sociais que ocorrem estando intimamente ligada com os progressos sociais, econômicos, científicos, técnicos, etnológicos, psicológicos, entre outros (NAVARRETE, 1998). Exemplo disso a Revolução Industrial foi onde se deu início ao desenvolvimento de técnicas e elementos que viriam a influenciar a produção arquitetônica, como a pré-fabricação de componentes construtivos, alterando a forma que os projetistas trabalhavam até então através de uma nova tecnologia. Silva (2002, p. 3) nos diz que podemos conceituar a tecnologia de forma geral como “um sistema através do qual a sociedade satisfaz as necessidades e desejos de seus membros“, seguindo esta linha de raciocínio, é possível imaginar que o surgimento de novas tecnologias que facilitam a captação, armazenamento e compartilhamento de informações tem gerado um certo impacto em todas as áreas do conhecimento e, mais importante, influenciado a sociedade contemporânea. Pois “todos passam a estar envolvidos também com as mudanças sociais impostas por tais tecnologias” (DARODA, 2012, p.12).

Conforme Fox (2016) a partir do momento que participamos de um mundo onde as linhas entre o físico e o digital tem vem se tornando cada vez mais indistinguíveis, é possível ter uma visão ainda em processo de amadurecimento de uma arquitetura que participa ativamente das nossas vidas. Esta nova vertente de uma arquitetura dinâmica pode ser denominada como arquitetura interativa ou responsiva, tendo como uma questão importante para que se torne um sistema não-estático a interdisciplinaridade, utilizando técnicas e estudos de outras áreas de conhecimento, de modo a adquirir características que antes não poderiam estar presentes.

Portanto, este trabalho procura dar um passo em direção ao estudo da arquitetura dentro desta nova realidade tecnológica, utilizando conceitos de arquitetura interativa/responsiva na revitalização de um espaço público com grande potencial para a cidade de Florianópolis, o Parque da Luz. Também tem o objetivo de apresentar uma proposta para sua integração com a Ponte Hercílio Luz, devido a sua provável abertura para o público em um futuro próximo. Buscando aproximar as duas áreas, do parque e da ponte ao cotidiano dos cidadãos, melhorando a sua relação com o entorno e, consequentemente, com a cidade. O Parque da Luz possui uma localização privilegiada próxima ao centro de Florianópolis, entretanto tem se tornado um espaço cada vez menos adequado para que os moradores da cidade o frequentem, por não receber um tratamento adequado pelo poder público apesar dos esforços da Associação Amigos do Parque da Luz.

Devido ao avanço das tecnologias móveis as pessoas não costumam possuir uma conexão mais direta com o espaço de vivência, isso faz com que deem menos atenção ao seus arredores e consequentemente negligenciem a paisagem. Todavia, este mesmo tipo de tecnologia - da informação e comunicação, sensores e atuadores - pode servir de estímulo para que um espaço público seja utilizado de forma diferente e, aliada à arquitetura, pode permitir que o ambiente torne-se interativo ou responsivo de modo que proporcione novos tipos de sensações e assim fazer com que o lugar seja mais atraente para àqueles que passam próximo ao local. Dessa forma, utilizando esta abordagem e levando em consideração a reabertura da Ponte Hercilio Luz para a travessia de transporte público e pedestres, seria possível pensar uma outra forma de se projetar para adequar o espaço do parque de maneira a responder às necessidades dessa realidade social mais dinâmica que nos encontramos atualmente.

PARQUE ESCOTEIRO – O escotismo e o espaço público na cidade de Maravilha/SC

O escotismo é um movimento educacional voluntariado que visa instruir jovens, estimulando o contato com a natureza, vida ao livre, ajuda ao próximo e o desenvolvimento pessoal. Nas pequenas cidades o movimento escoteiro possui grande importância, sendo uma alternativa de lazer que atrai cada vez mais as crianças e jovens. Na cidade de Maravilha/SC, a relação entre escoteiro e comunidade é muito próxima e ocorre principalmente nos espaços públicos da cidade através de eventos e atividades. Atualmente, o Grupo Escoteiro do município necessita de uma nova sede com espaços adequados para suas atividades. Ao mesmo tempo, a cidade possui uma grande demanda por espaços públicos de lazer. Pensando nisso, o objetivo do trabalho é desenvolver o projeto de um parque público e o projeto da sede do grupo escoteiro que se localizará no mesmo, configurando uma área verde de lazer da cidade cujos elementos do escotismo sejam diretrizes de desenho urbano, promovendo ainda mais a interação entre o grupo e a cidade, estimulando novas alternativas de apropriações do espaço público.

Palavras chave: área verde de lazer; parque urbano; projeto arquitetônico; espaço público; escotismo.

Pátio Urbano - ponto incentivador de aprendizado, socialização e trocas culturais

A adolescência é uma fase da vida criada na pós modernidade, que compreende um período de transição entre a infância e a vida adulta, e que é frequentemente mal interpretada pela sociedade. Nesse período, a liberdade e as responsabilidades surgem rapidamente, o que leva muitas vezes o jovem a envolver-se com problemas como a constituição precoce de famílias, o consumo e o tráfico drogas, tanto por falta de orientação quanto por um desinteresse social. É também nesse período que ocorre o maior número casos de repetência e evasão escolar, visto que o jovem perde o interesse pelos conteúdos ministrados e prefere iniciar sua inserção no mercado de trabalho. Este desinteresse muitas vezes é gerado devido ao ensino enciclopedista e academista dos currículos de Ensino Médio tradicionais, que não aproximam o conteúdo da realidade dos jovens. Além disso, o formato pedagógico atual transfere de forma unilateral e massiva o conhecimento, sem incentivar a expressão e crescimento individual do aluno.

De forma a distribuir o papel de educador entre escola, família e sociedade, propõe-se um equipamento que busque incentivar experiências artísticas que contribuam no processo de aprendizagem e formação da cidadania. Assim, pretende-se criar um ambiente que atenda não só o jovem mas toda a comunidade e que estimule a imaginação de forma a ampliar as possibilidades, tornando este período de passagem mais harmônico.

Refugiando Sonhos - Entre arquitetura e deslocados urbanos

Link para site do trabalho 
hschurhaus.wix.com/refugiando

Refugiando sonhos - Entre arquitetura e refugiados urbanos

Na condição de um migrante voluntário temporário, pude experienciar uma fração exígua do que imigrantes vivenciam cotidianamente a partir de seus deslocamentos. Preconceito, barreiras impostas por símbolos e linguagens e sensação de não pertencimento ao lugar ou comunidade. Imigrantes vivenciam diariamente situações muito mais dramáticas, complexas e sem a mesma condição financeira ou psicológica. A criminalização do imigrante e a recente ascenção (novamente) de pensamentos nacionalistas extremistas e preconceituosos mundo afora foram determinantes na escolha do tema.
O trabalho desenvolvido aborda a questão migratória contemporânea e seus reflexos e influências na urbe. Busca potencializar os aspectos positivos das migrações no contexto urbano através de um ensaio projetual no centro da cidade de Florianópolis, cidade formada e constituída a partir de movimentos migratórios. A pesquisa realizada procura trazer à luz um entendimento geral sobre o assunto em três diferentes níveis: mundial, nacional e local - cidade de Florianópolis e região. É necessário ressaltar a imersão em outras disciplinas como a psicologia e economia na construção de um arcabouço mais rico e que trouxe elementos importantes à pesquisa. Paralelamente, a aproximação a grupos e atores locais como o GAIRF (Grupo de apoio a imigrantes e refugiados em Florianópolis e região) e aos profissionais da psicologia do NemPSIC (Núcleo de estudos sobre Psicologia, Migrações e Cultura - UFSC) foi de fundamental importância no entendimento mais claro das demandas e possibilidades a nível local.

O ensaio projetual proposto abordará a inserção de um equipamento de uso público destinado ao apoio ao imigrante na cidade de Florianópolis. Procura, através de espaços de assistência e encontro, promover a criação de pontes ao invés de muros, facilitando a transição entre sociedades e culturas muitas vezes extremamente distintas, com a consequente integração e inclusão do imigrante na sociedade local. A proposta se baseia em três pilares principais: Assistência, Oportunidade e Integração. O programa atua de maneira cíclica. O pilar da Assistência visa propor espaços para as demandas mais críticas e emergenciais dos imigrantes, como documentação, assistência psicológica e jurídica, conhecimento de linguagens e padrões. Posteriormente, através do pilar da Oportunidade, procura aproveitar e trazer à tona as potencialidades que as migrações podem trazer, fomentando o contato entre imigrantes e sociedade local. O pilar da Integração é uma consequência direta dos outros dois pilares e seria o determinante na construção de uma terceira sociedade que surge a partir do contato e da quebra de barreiras entre sociedade local e "estrangeira".

Palavras chave: imigração; oportunidade; integração; cultura.

Requalificação Urbana do Núcleo Ferroviário de Erechim (RS): A Inserção da Vida Universitária no Contexto Patrimonial

Erechim é a cidade na qual nasci e vivi por quase 20 anos. Hoje em dia, mesmo não residindo mais lá, ainda mantenho um vivo contato e possuo um grande carinho pela minha cidade natal, uma vez que a maior parte da minha família ainda ali reside.

Dessa forma, a escolha da temática do trabalho deu-se por uma questão pessoal. A malha ferroviária da cidade (símbolo da colonização e do progresso de Erechim, o marco zero da cidade) encontra-se hoje em total abandono. Seus trilhos, em total esquecimento, tornaram-se áreas de habitação informal e de apropriações, muitas vezes, ilegítimas.  Já a edificação da antiga estação  encontra-se deteriorada pelo tempo, com pouca, ou quase nenhuma, utilização, gerando uma área hostil, perigosa e até como cenário de crimes. A estação está localizada na área central da cidade, um local onde a vida urbana e as atividades diárias da comunidade são muito presentes, porém pela falta de uma infraestrutura adequada e de valorização dos bens patrimoniais ali presentes, esses resquícios do passado, ou até “cicatrizes urbanas”, não participam do cotidiano da população, não se integram com a malha urbana e não dialogam com a dinâmica da cidade.

Outro fator considerado foi a inserção do novo campus da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), em 2010, uma vez que suas instalações foram implantadas a 15 quilômetros do centro de Erechim. Tal evento é justificável devido a alguns dos seus cursos envolvem ciências agrárias, porém é questionável ao mesmo tempo quando se considera que a vida universitária deve estar ligada com a vida urbana (no tecido urbano), onde já existem equipamentos, moradias, comércios e serviços para sustentar tal função.

Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto arquitetônico e urbanístico a fim de recuperar uma das mais importantes áreas da cidade, bem como promover o seu uso atual através de uma melhor infraestrutura e da integração de equipamentos públicos, a fim de garantir ali uma vida comunitária de qualidade. Dessa forma, pretende-se, inclusive, articular esses elementos com a inserção da vida universitária no local para que assim ela esteja presente na vida urbana, em uma relação recíproca de trocas. Além disso, busca-se preservar e qualificar o patrimônio ferroviário local, composto pela estação, as partes remanescentes da linha férrea, bem com o seu traçado, uma vez que tais elementos conformam o marco zero da cidade e foram de grande importância na formação e no desenvolvimento do município. 

Resiliência em Projeto Habitacional no Haiti

Esse trabalho consiste na elaboração de um projeto de Habitação de Interesse Social no Haiti para atender a demanda da população. Propando um modelo de habitação mais econômica, sustentável, accessível para todos e considerando as condições ambientais e climáticas do país.

Sistema de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil para Área Conurbada de Florianópolis

O presente trabalho busca embasar e sistematizar o gerenciamento dos resíduos da construção civil e demolição dentro da Área Conurbada de Florianópolis, que inclui a própria capital, além de São José, Biguaçu e Palhoça. Para isso, fez-se uma revisão literária acerca do tema, analisando exemplos e tentando entender o funcionamento e as falhas desse ciclo em algumas cidades brasileiras, observando os diversos aspectos envolvidos nessa gestão, nos âmbitos sociais, ambientais, legais etc. Buscou-se também entender como as quatro cidades tem se comportado morfologicamente e qual a previsão da dinâmica do crescimento das mesmas, além de fazer um panorama geral do gerenciamento atual dos resíduos dentro dos municípios, buscando conhecer as ações e omissões das empresas atuantes no ramo, dos clientes, da sociedade e das prefeituras. Feitos esses levantamentos, propõe-se então uma gestão desses resíduos dentro das cidades, setorizando-as com o objetivo de atender as áreas de crescimento através de um sistema que conta com pontos de coleta, áreas de triagem e centrais de reciclagem distribuídos pelos setores propostos. Para o funcionamento dessa rede, é necessária uma série de ações, por parte principalmente dos governantes, em questões de aplicação e fiscalização de leis para que os demais agentes - os construtores, os recicladores e a própria sociedade - sejam conscientizados e incentivados a dar a destinação correta não só dos de construção, mas de todos os resíduos de modo geral. O objetivo então, com a proposta urbana e com a espacialização arquitetônica de um exemplo de cada unidade dessa rede, é auxiliar na educação e na mudança de perspectiva sobre o tema, incentivando um novo comportamento desses vários agentes e trazendo benefícios ao meio ambiente e a sociedade de modo geral.

Uma proposta alternativa para o Centro Históricos de Florianópolis

A dinâmica imobiliária que se observa em boa parte das cidades brasileiras tem provocado o esvaziamento das áreas centrais e a degradação do seu tecido histórico. Diversas ações urbanísticas têm sido associadas à intervenção em centros degradados no mundo inteiro, enfatizando a “revitalização” ou “renovação” dos mesmos. Esses processos possuem semelhanças no modo como se operam e vêm acompanhados por problemas como exclusão social, especulação imobiliária e apropriação do espaço público para atender a interesses privados. Diante desse quadro, a prefeitura de Florianópolis busca realizar a revitalização da área Leste do Centro Histórico da cidade, transformando a região em um polo de inovação e empreendedorismo, voltado para a economia criativa. Contudo, o Centro Sapiens, como é chamado o projeto, recebe críticas por negligenciar a pluralidade e o caráter popular e democrático da região, além de desvalorizar o uso habitacional. Subtrair a habitação de áreas históricas acaba criando núcleos artificiais sem vida cotidiana, sem comércio e serviços de caráter local, o que tende a gerar espaços e desprovidos de identidade e que permanecem desertos durante boa parte do dia. Sem seus ocupantes tradicionais, as relações fundamentais entre o espaço físico e o processo sociocultural que lhe deu e continua a lhe dar vida são destruídas. Levando isso em conta, esse trabalho busca analisar as transformações em andamento no Centro Histórico de Florianópolis, a fim de propor alternativas evitar o processo de gentrificação nessa área, buscando conciliar usos que agreguem à sustentabilidade econômica, social e cultural da área.

Urbanização e regularização fundiária na Serrinha: a área da Servidão Lageanos

Link para o caderno 
https://issuu.com/thayssachristensen/docs/caderno__thayssa_christensen

Link para ao álbum de fotos 
https://issuu.com/thayssachristensen/docs/__lbum

Link para acesso aos dados do cadastramento realizado no dia 15.06.2017
https://drive.google.com/drive/folders/17p4bpkSVBQIyuX9yeHA1KUDwTcA4ihou?usp=sharing

Palavras chave
Direito à cidade; Moradia central; Urbanização; Regularização fundiária; Cidade informal; 

A área da Servidão Lageanos, é parte do Maciço central do Morro da Cruz, uma região que é marcada por um histórico de disputas pela terra, em que o poder público  favoreceu interesses específicos das classes dominantes. Por esse motivo, a ocupação foi legalizada apenas em algumas partes, ou seja, muitas das áreas se encontram em situação de informalidade. 

A localização favorável do maciço em relação ao centro de Florianópolis e à área conurbada como um todo, é um atrativo para a população de baixa renda, uma oportunidade de associar a moradia à outras necessidades de sobrevivência, como acessibilidade, oferta de emprego, infraestrutura, serviços e bens de consumo coletivos, além da significativa redução de gastos, distâncias e consequentemente, tempo.

Onde está o local de estudo, na encosta leste, o processo de ocupação intensificou-se a partir da década de 60 e a sua ocupação informal, por sua vez, a partir do final da década de 70, e bem como outras partes do Maciço, enfrentou  grandes empasses na luta pela permanência da comunidade em uma área tão central. A distribuição de títulos de propriedade e a situação jurídica continua pendente e hoje, os moradores dali estão em processo de recebimento de terras pertencentes à União. Dessa forma, atuar na melhoria da qualidade de vida nesses espaços é contribuir para o direito à moradia e à cidade, que é de todos. O projeto proposto visa ser uma contribuição para esse processo de permanência, a partir de um projeto de regularização fundiária e de urbanização para a área, considerando suas vulnerabilidades sociais e sua memória.



 

 

2017-1

abertura, travessia, reverberação: fragmentos de um deslocamento

No percurso de TCC1 e TCC2, fiz um retorno às minhas experiências, vivências e questionamentos. Para além de uma volta, uma redescoberta de mim mesmo: encontramos perguntas que desenvolveriam, não respostas, mas aberturas para possíveis caminhos e que sedimentariam essa trajetória.  Vejo, então, o trabalho final da graduação como um aprofundamento daquilo que nos move, não apenas enquanto acadêmicos, mas como indivíduos em meio coletivo, impregnados de nossas concepções da vida.

Nesse retorno, cheguei ao tema da viagem, que é analisada, a princípio, como deslocamento físico no espaço, mas que ganha força ao tangenciar outras possibilidades. Como viajante, arrisquei-me em devaneios, não pelo perigo de não voltar, mas com a certeza de que voltaria modificado. Viagem é, portanto, movimento no espaço e no tempo, temporalização, que é sintetizado aqui como “travessia” e é, assim, inerente à existência. Ao darmos conta das possibilidades e complexidades das travessias, temos a oportunidade de ampliar nossas experiências, no intensificar da percepção e atuação no mundo. Estamos em permanente travessia.

Assim, considero o trabalho desenvolvido como uma dessas travessias, que exigem esforço de abertura e que reverberam, de alguma forma, no indivíduo, no outro e no meio.

Abertura, Travessia, Reverberação: Fragmentos de um Deslocamento é como intitulo esse percurso.

Anti_Dispositivos

ANTI-DISPOSITIVOS:

imagens construídas através de uma condição de cegueira

O presente trabalho tem por objetivo compreender as analogias existentes entre a memória, colagem e cidade com um foco e forte interesse pelos aspectos fluidos e virtuais presentes nos significados de suas imagens, assim como a exploração dos seus potenciais usos como ferramentas responsáveis pela construção de representações que visam encontrar meios informativos, possivelmente, mais coerentes, democráticos e dinâmicos com a realidade, que aqui é evidenciada por meio da construção da ideia da cidade a partir da leitura de suas próprias imagens. Em um dos casos encontrados, em especial, o estudo avançou através da análise da peculiar condição de invisibilidade inerente ao real significado de uma região chamada de Cais do Valongo, na cidade do Rio de Janeiro, onde a imagem desse local se tornou fluída ao longo do tempo, por ter sido construída coletivamente e virtualmente através das memórias dos seus usuários, justamente pelos seus vestígios físicos terem sido destruídos ou omitidos visualmente no decurso do tempo. Uma construção de imagem através da colagem e que entra em contraposição a sua definição clássica, desenvolvida a partir de um privilegiado ponto de vista, foco ou significado imposto e disseminado por "grandes narrativas" e códigos que acabam, por sua vez, domesticando a visão e criando uma aparente e estagnada realidade voltada para interesses particulares e desvinculada de sujeitos que de fato a vivenciam e a atribuem sentidos. Esses aspectos são considerados devido ao trabalho levar em conta o cenário de extrema veiculação e manipulação de informações vivenciadas atualmente e o consequente e gradativo distanciamento dessas mesmas informações em relação aos seus referenciais físicos, condições que são potencializadas, na grande parte dos casos, pelo aparecimento da rede mundial de computadores e pelos atuais e acelerados processos de digitalização e aumento da capacidade de memorização e reprodução da informação, tornando a importância do estudo ainda mais explícita, quando sua discussão é inserida em um contexto cultural e social, majoritariamente visual, onde a imagem adquire, no decurso do tempo, um papel cada vez mais fundamental na composição dessa informação, assim como do crescimento de sua relevância enquanto elemento responsável pela percepção, assimilação e consequente transformação dessa mesma realidade. A exploração desse estudo ocorre por intermédio de uma sequência de 04 experiências que buscam, constantemente, meios alternativos no processo de construção de representações visuais. Processo desenvolvido e discutido graças a experiências em campo como também por meio de desenhos especulativos elaborados com o uso de artefatos fotográficos e arquitetônicos acompanhados, em paralelo, de conceitos e práticas computacionais que vinham a dar, constantemente, suporte e autenticidade a todo o decurso do trabalho. Levando ao extremo o aspecto virtual das imagens quando abordadas, provocativamente, a partir de uma condição de cegueira, onde a imagem acaba por se transformar em um significado invisível e fluído, gradativamente compreendido, discutido e interpretado pelas pessoas, ao contrário de uma apreensão e leitura instantânea e espetacular. Essa imagem colagem é potencializada enquanto entidade passível de ser definida coletivamente, condição, essa, intencionalmente similar ao caso anteriormente relatado sobre o Valongo. Portanto, são experiências que tentam construir representações de parcelas da realidade mais vinculadas com os desejos, discussões e interpretações de seus usuários, os quais deixam, dessa maneira, suas condições de meros espectadores para se tornarem interatores, isto é, começam a adquirir a capacidade de construir coletivamente os significados de suas próprias realidades.

 

Arquitetura e Expressão: As relações entre conceito, projeto e obra - Luiz Fernando Gonçalves

Análise da gestão do processo de projeto do prédio da UFSC e seu relacionamento com a proposição arquitetônica inicial.

As cidades sobrepostas: uma alternativa para o centro de Lages SC

Completando 250 anos em novembro de 2016, Lages é uma cidade que carrega uma bagagem histórica muito expressiva que se espacializa em seu território principalmente na área central. Ainda que fisicamente presente, através de edificações de interesse histórico de diferentes épocas – oficialmente consideradas como patrimônio histórico material, ou não – a bagagem histórica de Lages se insere pontualmente e não parece fazer parte da construção da memória coletiva da cidade e seu povo. O espaço não é percebido como um conjunto, seja pelas pessoas que utilizam o lugar ou pelo poder público, que não apresenta reconhecimento oficial do conjunto patrimonial de Lages no plano diretor, mas sim edificações isoladas permeando um espaço que sugere a definição de um perímetro de centro histórico.

Outra percepção inicial da área central de Lages se refere aos espaços públicos, reconhecidamente lugares chave no processo de construção da cidade, mas que hoje não parecem refletir sua importância. A ideia de que estes espaços, juntamente com as edificações históricas do centro da cidade – com as quais se relacionam, elaborando uma narrativa – poderiam ser percebidos pelas pessoas como um conjunto, possivelmente resgatando o entendimento sobre o potencial do espaço público que se defende aqui, impulsionaram essa temática.

O processo de constituição do espaço urbano do centro de Lages revela os conflitos sobre o território e a seletividade de apropriação e participação na construção do espaço. Através de intervenções autoritárias buscando um ideal de cidade que correspondesse às aspirações das elites tradicionais, os grupos populares foram sempre marginalizados da ‘cidade oficial’, pouco participando da construção do espaço urbano na área central. A narrativa histórica espacializada nesta área expõe as marcas da repressão dos ‘espoliados urbanos’, que pouco se veem representados no patrimônio material. O planejamento urbano de Lages se posiciona diante destas questões reafirmando as práticas excludentes e estimulando um projeto de centro de cidade pouco sensível e bastante questionável em relação à realidade do lugar, à paisagem urbana, à valoração do espaço urbano e valorização da construção social e histórica do mesmo.

Entendendo o centro da cidade como o lugar essencialmente democrático e a identidade como coletivamente construída através da memória, pretende-se possibilitar acesso e apropriação democrática do espaço urbano na área central buscando a participação dos grupos marginalizados na construção do espaço e da memória coletiva. Paralelamente, pretende-se rever e questionar o projeto de centro de cidade previsto para Lages e apontar uma perspectiva diferente de intervenção na área central – inclusiva e integradora quanto ao espaço urbano, e de visibilidade e valorização quanto ao patrimônio coletivo.

Atmosfera do Acolhimento - Casa de apoio ao paciente em tratamento fora de domicílio.

O tema parte da ideia de acolher pacientes e acompanhantes de outros municípios que vêm à Florianópolis em busca de tratamento. Estes pacientes se deslocam de suas casas e, ao chegarem, ficam desamparados. Por isso muitos permanecem na sala de espera da emergência, já que não têm para onde ir. É importante que estes pacientes e seus acompanhantes encontrem não somente apoio médico, mas também emocional, e neste sentido, o objetivo deste trabalho é acolher.

O projeto arquitetônico deve proporcionar esse sentimento de acolhimento, através de ambientes qualificados e espaços pensados diretamente para o seu usuário. A edificação será banhada de luz, abrindo-se para agradáveis jardins, que conformarão diferentes espaços. O programa inicia pelo ambiente do acolhimento dia, para receber os pacientes que precisam esperar as vans de retorno às suas cidades, mas não precisarão dormir na casa de acolhimento. Nesse caso, a recepção irá orientá-los para que possam utilizar espaços como cozinha, biblioteca, sala de informática e brinquedoteca, assim como conversar com uma assistente social, caso necessário. Além disso, esse ambiente contará com uma sala de descanso para os motoristas das vans. Na parte mais privativa será a casa de apoio com dormitórios, lavanderia e espaços de estar para pacientes e/ou acompanhantes que precisarem de hospedagem. Ademais, é necessário dormitório para os funcionários de plantão e áreas de manutenção da casa.

É importante que o usuário possa escolher o que precisa, desde um espaço de integração social a um ambiente mais introspectivo. Um abrigo confortável destinado a acolher e orientar o paciente e seus acompanhantes.

 

Casa de Acolhimento ao Migrante

A migração e o refúgio são assuntos recorrentes na mídia e nas cidades. Segundo a ONU, até o final de 2016, 65,6 milhões de pessoas se viram forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos de conflito (Relatório ACNUR, 2016). O migrante quando chega ao novo lugar precisa de um tempo de luto, para superar todas as suas perdas, compreender os choques culturais, que muitas vezes abalam a sua identidade, além da necessidade de se conectar e entender a dinâmica da nova cidade. Buscando atender todas as necessidades desse público, o projeto proposto visa conceber uma Casa de Acolhimento, com o objetivo de ser um espaço de acolhida e recepção para esses migrantes e refugiados, proporcionando-lhes uma primeira morada, ainda que temporária. O local escolhido foi o centro da cidade – a região da Pedreira – que conta com diversas facilidades e recursos necessários para a instalação dos migrantes, bem como atividades complementares - Terminais de transporte, instituições ligadas a este público específico e instituições de ensino, por exemplo. Da mesma forma, a Casa pretende contribuir com a região, que carece de vida noturna permanente, como o caso da moradia; ou seja, visa usufruir da estrutura que a cidade lhe oferece, mas também gerar nova dinâmica àquela área. Nesse sentido, a proposta insere-se num terreno entre as Ruas Hercílio Luz e General Bittencourt, criando uma rua interna (galeria) com comercio e serviços, convidando a cidade a adentrar aquele espaço. O projeto estabelece claras hierarquias espaciais: o térreo se destina ao publico em geral, com comercio e serviços, feiras e uma ampla “sala de estar” urbana, ao mesmo tempo em que provê espaços de uso mais específicos para os migrantes, como as salas de atendimento psicológico e assistência social, que se voltam para um pátio interno que atua como um “filtro” do público para o semi-público. No terraço estão dispostos os espaços coletivos de uso específico para os migrantes, como refeitório, horta e espaço para crianças. Por fim, no terceiro e quarto pavimentos localizam-se os espaços privativos dos migrantes, os dormitórios femininos e familiares, e masculinos, respectivamente.

Centralidade e integração na comunidade da Vargem do Bom Jesus

Propõe-se elaborar um projeto de urbanização de extenso lote subutilizado na comunidade da Vargem do Bom Jesus (norte da Ilha), através da criação de espaços públicos de lazer, da inserção de moradias de interesse social, de equipamentos públicos e de infraestrutura urbana. Pretende-se que essa proposta possa promover: uma condição de qualificada urbanidade; integração socioespacial entre os moradores do bairro;  garantir o direito à moradia digna e a permanência das famílias de menor rendimento no bairro, evitando-se um eventual processo de gentrificação e expulsão dessas famílias numa área urbana cada vez mais valorizada e disputada pelo capital imobiliário.

Centro de Atenção Psicossocial ADIII - Trindade (CAPS adIII)

Execução de um CAPS adIII no bairro Trindade, ao lado da Secretaria Municipal de Saúde, para atendimento de pessoas com problemas psicológicos e usuários de álcool e outras drogas, partindo do conceito de integração dos indivíduos na sociedade, criando maior permeabilidade física e visual, integrando o local de estudo e seu entorno.

A proposta visa trazer à sociedade o conhecimento do CAPS, buscando integração entre os usuários e não-usuários do centro de atenção a partir dos usos propostos para as áreas externas, fugindo da idéia do sistema manicomial de tratamento de saúde mental, onde para "amparar" a pessoa, ela era isolada da sociedade. 

Centro de educação condutiva

A Educação Condutiva é um método reabilitacional desenvolvido para atender pessoas com sequelas de lesão neural. Apoia-se nos conceitos de plasticidade neural e assume que toda a pessoa é capaz de aprender a realizar atividades e se desenvolver integralmente desde que estimulados e orientados a querer fazer. Pode ser entendida como uma abordagem pedagógica que integra um processo pedagógico à um processo reabilitacional, tendo como objetivo trabalhar não apenas questões motoras e funcionais, mas a pessoa em sua totalidade, incluindo as questões emocionais e intelectuais.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Educação Condutiva Pássaros de Luz, foi fundada na cidade de Itajaí, em Santa Catarina, fruto das pesquisas de mestrado de uma pedagoga da cidade que organizou um grupo de profissionais e pais de crianças e adolescentes com sequelas de lesão cerebral e conjuntamente deram vida a instituição. Este grupo buscava formas diferenciadas de atender e trabalhar com seus filhos que respondessem às suas necessidades de aprendizagem, desenvolvimento e consequente qualidade de vida. Ao tomar conhecimento sobre a Educação Condutiva, através de pesquisas e visitas aos institutos Húngaro, Britânico e Mexicano, criaram a primeira iniciativa de atividades condutivas no país.

Este trabalho trata-se de um estudo do ser humano em interação com o meio e os aspectos sensoriais, emocionais e sociais inerentes a arquitetura e a produçãao deste meio, que influencim no desenvolvimento integral do ser, em especial de pessoas que convivem com sequelas de lesao neural. O estudo foi aplicado no projeto de uma nova sede para a Instituição Passaros de Luz buscando potencializar o tratamento ao posicionar a arquitetura como uma ferramenta desta pedagogia. 

Centro esportivo do Cais: Proposta alternativa para o Complexo Fabril Hoepcke.

Buscando criar uma nova dinâmica para a área de intervenção, a proposta se apresenta como um projeto que visa requalificar o local investindo em um espaço para trabalhar o desenvolvimento e a formação de crianças e adolescentes através da prática esportiva. A inspiração para o desenvolvimento do programa deste trabalho surgiu a partir de uma experiência pessoal prévia com um projeto social, chamado “karatê e cidadania”, que iniciou em Florianópolis há uns doze anos, e foi se dissolvendo devido à falta de apoio da administração municipal.  A ideia central da proposta é então, resgatar este trabalho, partindo da proposição de uma expansão do projeto social, designando novos usos aos galpões da antiga área industrial Hoepcke, e a construção de edificações novas neste local, que passarão a funcionar como um complexo voltado ao trabalho voluntário com crianças e adolescentes durante o dia, possibilitando a oferta de diferentes modalidades esportivas, e como sede de treinamento de algumas equipes oficiais de Florianópolis no período noturno. 

Cidades e memórias: articulação do eiro monumental de Maringá

Com(partilhar) - um olhar gentil sobre os espaços de aprendizagem e o direito à rua.

"Ao contrário do que alguns possam pensar, ao meu ver, a criança não é uma página em branco – sobre a qual adultos e sistema educacional possam escrever suas próprias leis e percepções – mas sim, um livro inteiro, cheio de desenhos, frases, pensamentos, lições, criações e também páginas em branco. É preciso construir uma estrutura que esteja preparada para receber esse ser, que é único em cada ação. Que responde cem vezes cem perguntas de cem formas diferentes. Mas, infelizmente, na maior parte do tempo, esbarra em uma estrutura que não está preparada para recebê-lo. Acaba então, por esquecer da sua individualidade e potencial e passa a desempenhar um papel muito mais passivo do que ativo na sua própria história." 

Comunidade Terapêutica no Ribeirão da Ilha

Pretende-se tratar, neste trabalho, das melhores práticas no tratamento de adictos, dependentes químicos e usuários, desta forma, tentamos demonstrar, como a escolha terapêutica incide sobre cada sujeito.

Desenvolvendo o projeto a partir do desenho de um parque que estimula a recuperação destas pessoas, propondo uma clínica de recuperação para dependentes químicos, na qual as pessoas são organizadas em uma “jornada terrena”, um referencial de linha do tempo, em quatro etapas: início (aborgadem sobre as dores psíquicas e primeiros contatos com as drogas); autossuficiência (ausência de inventário pessoal e dificuldade de aceitação da condição de adicto); peregrinação (aceitação e processo de recuperação) e reorganização (entendida como referencial analítico, no qual o sujeito desenvolve formas de lidar com as suas dores psíquicas, dificuldades e autoconhecimento).

Construindo o Espaço de Aprendizado

Costurando o Centro Esquecido

Este Trabalho de Conclusão de Curso trata de uma requalificação urbana na área central de Florianópolis, mais precisamente na antiga zona portuária, a oeste do Mercado Público Municipal e em frente ao Terminal de Integração do Centro (TICEN) e ao Terminal Rodoviário Rita Maria.

 

 

No início do trabalho, ainda na disciplina de Introdução ao Projeto de Graduação, não tinha minha área de intervenção bem definida, mas sabia que iria trabalhar no centro de Florianópolis. A escolha de trabalhar com o centro foi bastante pessoal e surgiu de uma relação de proximidade afetiva com o lugar, que frequentei durante toda minha vida e onde criei muitas boas memórias. A partir deste sentimento surgiu a vontade de dar minha contribuição para a melhoria deste espaço que me é tão querido e tão importante, não só para mim como para a cidade de Florianópolis.

Ao visitar o lugar com olhos de arquiteta-urbanista, buscando compreender suas  características espaciais, suas dinâmicas e seus frequentadores, pude perceber que o potencial democrático do centro - um lugar que normalmente concentra muitas pessoas de muitas classes diferentes - é diminuído por um desenho urbano inadequado, que prioriza o transporte individual em detrimento do coletivo e do pedestre. Outro ponto que me chamou bastante atenção foi a homogeneidade de usos, principalmente pequenos comércios e serviços como estacionamentos privados. Esta homogeneidade gera um esvaziamento da área fora do horário comercial, às noites e aos fins de semana, o que dá uma sensação de insegurança aos poucos que transitam por ali nestes horários.

As observações citadas acima não são encontradas em todo o centro. Apesar de não ser extenso em área, o triângulo central abriga vários bairros dentro de si, com características bastante destoantes. Existem áreas mais adensadas, mais residenciais, áreas históricas bem preservadas, áreas descaracterizadas. Pensando nisso busquei fazer um recorte de área com aspectos relativamente homogêneos, que a configurassem como uma região distinta das outras. Topografia, traçado das ruas, gabarito e uso das edificações foram as principais características espaciais levadas em consideração. Com base nestas análises escolhi a área de intervenção na antiga zona portuária, à oeste do Mercado Público e ao norte do TICEN e Rodoviária Rita Maria.

Com o recorte de área definido, pude me aprofundar ainda mais no lugar, estudar suas dinâmicas, avaliar suas potencialidades e deficiências e, talvez mais importante, conhecer as pessoas que o utilizam. Passei então a visitar o espaço em circunstâncias distintas, com sol e chuva, em horário comercial e às noites, no carnaval e num dia de semana qualquer. O primeiro e mais marcante impacto que eu tive foi notar que a minha percepção anterior, de que as ruas encontravam-se vazias à noite, estava equivocada. Além dos poucos trabalhadores e estudantes das áreas mais altas do centro, que passam por esta região para chegarem até o terminal, há uma população razoável de moradores de rua e andarilhos que buscam este espaço mais vazio para passarem suas noites. Existem também muitos taxistas, prostitutas, pessoas recém chegadas à cidade, que utilizam a passarela localizada no centro desta área e, aos fins de semana, jovens que buscam se divertir nas casas noturnas próximas. Ou seja, há aí uma variedade de pessoas que não estavam na imagem inicial que eu tinha desta área, e que tem muito a contribuir para a vida neste lugar. Se somam a eles pessoas das mais variadas classes, raças e gêneros, que utilizam o variado comércio da região cotidianamente.

Surge daí a principal diretriz do meu trabalho: fazer um projeto urbano que abrace todas essas pessoas, ou o maior número de pessoas possível, no mesmo espaço. Mesmo entendendo as limitações do nosso trabalho como arquitetos-urbanistas, acredito na importância que um bom projeto tem para uma vida urbana mais democrática.

Facilitar o  acesso ao espaço urbano é o primeiro passo para a democratização. Infelizmente a prioridade do acesso a esta área hoje é totalmente dos veículos de transporte particular. Quase toda a extensão da antiga borda d’água, na rua Francisco Tolentino, é tomada por extensos estacionamentos privados, além dos estacionamentos ao longo da via, já bastante larga, com três pistas de rolamento. A localização privilegiada desta área com relação ao TICEN facilita o acesso para quem utiliza o transporte coletivo. No entanto o fluxo intenso de pessoas acaba estrangulado pelo camelódromo e pelos acessos aos estacionamentos. No sentido de melhorar esta relação do espaço público com os pedestres, proponho a retirada dos estacionamentos existentes e criação de pequenos bolsões de estacionamento próximos às edificações com maior demanda. Fazem parte da proposta também o fechamento de algumas vias, que hoje só servem para acessar estacionamentos, e a mudança de característica de outras, que se tornarão vias compartilhadas. Algumas ruas do entorno próximo também terão sua largura reduzida, para aumentar as calçadas e priorizar o fluxo peatonal.  A prioridade deve ser o pedestre, o  transporte coletivo e a bicicleta.

Com o espaço liberado pelos estacionamentos, proponho a relocação e redesenho do camelódromo, mantendo a proximidade com o terminal, mas liberando o espaço atual para o fluxo de pedestres chegando e saindo do centro, além de valorizar a visualização do casario histórico e do Mercado Público. Para reforçar o caráter democrático do meu projeto, proponho a transferência da prefeitura municipal para um edifício novo, mais próximo do povo e mais acessível, além de equipamentos públicos voltados para a população mais vulnerável como um centro de acolhimento para os recém chegados, restaurante popular e albergue da prefeitura. Como o direito a cidade também inclui o direito à cultura e ao esporte, e visto que o centro como um todo disponibiliza poucos espaços culturais e de prática esportiva, proponho também a implantação de um teatro, uma biblioteca pública com espaço de exposições e uma área com quadra poliesportiva e pista de skate.

Todas as edificações propostas são conectadas por áreas de estar e de passagem totalmente voltadas para o pedestre, com trechos sombreados por vegetação e trechos mais abertos para receber o fluxo intenso de pessoas. A iluminação noturna será também fundamental neste trabalho para trazer maior sensação de segurança aos que passarem por ali.

Desenhando um Bairro Popular Conectado com a Cidade - Frei Damião - Ph

O trabalho tem como objetivo desenvolver o desenho de um bairro com caráter popular na comunidade do Frei Damião, na cidade de Palhoça integrando-o com o seu entorno. A situação na comunidade é de muita pobreza e de pouco envolvimento por parte do estado, no entanto a área começou a se tornar cada vez mais valorizada nos últimos anos o que ameaça a população que vive no local. Portanto o trabalho consiste no desenho do espaço de forma a dar melhores condições de vida para aquela população, trabalhando no bairro com um todo, nas questões de infra estrutura, espaços e equipamentos públicos, e conectando-o com o restante da cidade, mas tomando cuidado para interferir o mínimo possível na estrutura já existente do bairro, desta forma realocando o mínimo de famílias possível e regularizando a área de forma a não modificar as relações que a população tem com o espaço.

Desenvolvimento de um Sistema Habitacional

Lançado em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida foi responsável por uma revolução na construção civil brasileira, sendo responsável por manter por alguns anos um elevado investimento na área da habitação de caráter social no país. Contudo, muitas das unidades produzidas apresentam inúmeras deficiências, sendo que há grande crítica em relação à área das residências, ao número de ambientes e à ausência de ambientes complementares.

Além das críticas relacionadas ao dimensionamento das unidades, também percebe-se uma insuficiência em relação ao desempenho térmico destas edificações, tanto em relação aos materiais utilizados na envoltória, muitas vezes inadequados ao clima em que se está inserido, bem como da orientação dos ambientes em relação à sua implantação. Este trabalho visa explorar a utilização da gramática da forma como ferramenta para a geração de unidades habitacionais adaptadas às diferentes zonas climáticas. Durante a pesquisa priorizou-se a elaboração de um sistema de regras que permite a criação de residências unifamiliares flexíveis e confortáveis aos usuários, possibilitando a customização das unidades sem que aja perda de qualidade no ambiente construído. 

Além disso, foi realizado um levantamento do estado da arte da aplicação da gramática da forma como um sistema para a geração de projetos habitacionais. A partir deste corpo de conhecimento foram analisados diferentes projetos de conjuntos habitacionais financiados pelo governo federal por meio do programa Minha Casa Minha Vida. Este processo possibilitou a criação de um diagrama que relaciona as principais deficiências observadas na maioria dos projetos estudados. Podem ser citadas como exemplo a área das unidades, a baixa qualidade construtiva, com materiais inadequados ao clima do projeto implantado, a inconsistência dos layouts em relação à orientação das residências e a inexistência de cenários de customização da habitação. A partir destas observações foram definidas as diretrizes da gramática. O conjunto de regras permite a criação de diferentes tipologias de residência embrião e a posterior customização a partir da adição de novos ambientes. O trabalho apresentará a aplicação da gramática para a geração de unidades habitacionais na cidade de Lages (Zona Bioclimática 1) e Florianópolis (Zona Bioclimática 3) e estudos de simulação que permitem verificar a adequação das residências em relação ao clima em estão inseridas. 

 
 

Desenvolvimento Excludente: Gentrificação em Florainópolis

Com o objetivo de promover o debate sobre o processo de gentrificação e suas peculiaridades, o presente trabalho aborda os aspectos políticos, sociais, econômicos, culturais e históricos do fenômeno. As particularidades do processo são analisadas no estudo de caso sobre a ala leste do centro histórico de Florianópolis, o antigo bairro da Pedreira. Concluída a análise, o trabalho se dedica a propor medidas que previnam a região de sofrer gentrificação futuramente. Por fim, vislumbrando um sucesso de tais medidas, ilustra-se um horizonte possível para a região, em oposição a conceitos como cidade-empresa e cidade-mercadoria, tomando forma na busca por uma cidade-popular.

Escola social e integrativa: a influência da arquitetura na nova forma de aprender

Este trabalho irá apresentar uma arquitetura que se adapte a um novo conceito de escola que não siga os padrões tradicionais de ensino, e que seja mais inclusiva em questões sociais, de gênero e culturais. O projeto se localizará no Alto da Caieira, situada no Maciço do Morro da Cruz.
    O objetivo deste trabalho é entender a influência da arquitetura na aprendizagem do aluno nos âmbitos espacial, de conforto, funcionalidade e formalidade. A arquitetura deve ir além  de apenas suprir as necessidades básicas de uma escola, propondo espaços flexíveis que promovam trabalhos mais sociais, coletivos e ativos, incentivando o uso de espaços inusitados como ambientes de ensino.
    Antes da etapa projetual, expõe-se uma visão teórica sobre a educação, apresentando sua relação com a sociedade, a cidade, o meio e a natureza. A educação abrangeria essas relações por meio de mudanças na forma de ensinar, através de novos sistemas que proporcionam uma visão mais crítica e não hierárquico de ensino, acompanhando os problemas e potencialidades do contexto atual. A necessidade de “sujeitos éticos” (Freire, 1997) que tenham capacidade de criticar e questionar é essencial para a busca de uma sociedade mais igualitária e saudável. Além disso, a busca de cidadãos que realmente consigam atuar de forma ativa e participativa pode ser vinculada à escola, como uma troca de experiência com os usuários do espaço público. 
    O Projeto Âncora , a Escola da Ponte e o Centros Educacionais Unificados (CEU) são exemplos de que o ensino nas escolas pode ir além do conhecimento básico, incentivando um trabalho coletivo, inclusivo e horizontal. 
    Após um aprofundamento sobre o olhar educacional, é necessário analisar sua influência na arquitetura. Como os espaços criados podem se adaptar a essa nova visão? Transformá-los em áreas de aprendizado e lugares que possam trazer novas experiências é um início para o processo de um ensino mais ativo. Criar áreas públicas e privadas, coletivas e individuais, externas e internas, juntamente com uma interação adequada, flexibiliza os espaços e gera melhor aproveitamento dos alunos. 

Hub de modais de transporte e praça elevada no aterro da Baía Sul

O projeto tem como foco principal a criação de um Hub de modais de transporte, conectandos os projetos de BRT previstos para o centro de Florianópolis com estacionamento, bicicletas e transporte marítimo. Aproveitando o alto fluxo de pessoas gerado por essas infraestrutura para criação de uma praça elevada e equipamentos culturais e uma nova conexão do centro histórico com a baía sul.

Palavras Chaves: Aterro da Baía Sul, Florianópolis, Intervenção Urbana, Cidade-Saudável 

Integração entre cidade formal e informal: Serrinha e Alto da Caeira

A cidade, enquanto resultado do modo de produção capitalista, deixa a vista espacialmente as desigualdades de um processo de formação voltado ao valor de troca. Este, inerente àquele modo de produção, direciona as transformações urbanas em virtude da geração de lucros e dos interesses das classes hegemônicas.
Resultantes deste modo de transformação da cidade são a periferização da moradia e a precariedade das habitações para as classes de baixa renda. Uma vez que a moradia passa a responder ao valor de troca, ou seja, a seu valor mercadológico, estas pessoas são impelidas para longe dos eixos de crescimento urbano, que são direcionados pelo capital e amparados pelos investimentos do Estado. Trata-se portanto de um processo de urbanização excludente.
Em Florianópolis a maior concentração de favela se dá em torno do Maciço Central do Morro da Cruz (INFOSOLO, 2005), porção central na ocupação da parte insular da cidade. Nela encontram-se as comunidades do Alto da Caeira e Serrinha, onde localiza-se a área de estudo deste trabalho. São comunidades que estão na área central da cidade e que sofrem grande pressão do mercado imobiliário por conta de sua localização estratégica e potencial paisagístico, mas que encontram-se ilhadas por conta do processo de segregação socioespacial.
Este trabalho busca tratar, portanto, da integração entre a cidade formal e a cidade informal, abordando as áreas verdes enquanto elemento integrador e de conexão, assim como o tema da habitação de interesse social e sua relação com a cidade, do direito à cidade, da produção da localização, da desigualdade socioespacial e das conexões urbanas.
Ao longo do histórico de ocupação da área de estudo, o avanço tem acontecido de costas para o terreno de intervenção, sendo que este tem hoje o caráter de fundos das comunidades que o margeiam. O projeto visa realizar a integração entre a cidade formal e informal, buscando uma alternativa ao projeto elaborado pela prefeitura municipal de florianópolis para a área. Através de novas vias, conexões peatonais, e uso da área verde como espaço de lazer, busca-se propor a integração socioespacial entre Serrinha, Alto da Caeira e Carvoeira.

Integrando o Rio Cubatão à cidade de Santo Amaro da Imperatriz

Desenvolvido para o município de Santo Amaro da Imperatriz/SC, o trabalho apresenta através de um anteprojeto de parque linear, estratégias de urbanização para a reconciliação e conectividade entre o Rio Cubatão e a cidade, na região do bairro Centro. 

A atual ocupação caracterizada por fundos de lotes voltados para o Rio, comum a diversas cidades, impede o acesso e apropriação das áreas de preservação permanente pela população, diminuindo a sua importância social, ambiental e histórica. 

A proposta de Parque Linear busca a preservação, apropriação e integração entre as duas margens, através da criação de caminhos e travessias ao longo do Rio Cubatão, identificação de áreas onde a vegetação deve ser regenerada, aumento do acesso a estas áreas e a proposição de equipamentos e edificações de uso público no seu entorno, convidando a população a viver o espaço público, identificar o Rio como um elemento que deve ser preservado por ser essencial à sociedade, e entender que a relação entre a cidade e o ambiente natural pode existir com sucesso por meio de espaços públicos de qualidade.

Memória, cultura e cotidiano no Centro de Criciúma SC

A história da cidade de Criciúma foi fortemente influenciada pala consolidação de um poderoso setor extrativista de carvão mineral que teve forte impacto de transformação na configuração urbana da cidade, por provocar um intenso processo de expansão e urbanização. Diante de processos de transformação do espaço urbano, a cidade atualmente sofre uma questão de descaracterização do patrimônio material, a qual, em sua maioria, ligada aos interesses do mercado imobiliário, e à uma alusão ao progresso que buscava uma imagem modernizada da cidade. Diante disso, o acervo arquitetônico patrimonial de Criciúma vem perdendo espaço para a verticalização da cidade, ou se encontra descaracterizado e escondido atrás de letreiros de propaganda. Os vestígios históricos estão fragmentados e a cidade vem se desvinculando de suas memórias, as quais são instrumentos importantes para compreender as mudanças e o desenvolvimento de uma sociedade.

O centro de Criciúma é o principal palco de transformações urbanas, e é nele que se encontram os vestígios históricos de épocas que transformaram a cidade no que ela é hoje. É o lugar de encontro, de expressão da vida urbana, onde a cidade identifica seus símbolos, sua diversidade e sua história. Em busca da preservação e valorização de ícones que instiguem a sociedade a reconhecer a história e a memória da vida urbana de Criciúma, surge a edificação do antigo escritório do Departamento Nacional de Produção Mineral, hoje Centro Cultural Jorge Zanatta.

A edificação foi construída com o intuito de servir como escritório do órgão Federal, no auge da extração mineral em Criciúma e ao longo do desenvolvimento da cidade foi transformando seus usos, mas sempre caracterizada como local de prestígio da cidade, não apenas por sua localização privilegiada, mas também por sua expressão arquitetônica, que se diferencia das tipologias do contexto urbano em que se insere. Atualmente, a edificação se encontra em estado de abandono e deterioração, comprometendo o uso como espaço de apropriação da população. Considerando-a como um espaço de memória coletiva e de representação da história e desenvolvimento da cidade de Criciúma, a edificação do antigo DNPM torna-se o objeto de estudo e intervenção deste trabalho de Conclusão de Curso.

Moradia é central: aluguel e inserção social no Novo Centro de Maringá-PR

Para a parcela da população que recebe até três salários mínimos, o acesso à moradia é restrito e as habitações geralmente localizam-se na periferia. O programa Minha Casa Minha Vida ampliou o acesso da população de baixa renda à moradia própria, mas poucas mudanças aconteceram em relação à inserção destas habitações, geralmente afastadas dos centros urbanos. Enquanto isso, a especulação imobiliária segue seu crescimento e o interesse de poucos, mas influentes, continua sendo privilegiado. Em Maringá não é diferente e não existe investimento para a permanência desta população em áreas centrais. Sendo assim, o projeto de habitação de aluguel social surge como uma forma de permitir o acesso da população à cidade, cujo direito é negligenciado, ampliando a relação destas pessoas com a localidade e sua infraestrutura.

 

P.I.P.A. | Projeto Inovador para Aprendizagem - Estudo para a Barra da Lagoa

As exigências sociais, culturais e econômicas de nossa época unidas à maior ascensão da mulher ao mercado de trabalho, têm levado as crianças cada vez mais cedo às instituições de ensino. Na maioria dos casos, um indivíduo ingressa com 3 anos de idade em um estabelecimento de educação infantil e passa cerca de 5 horas por dia nesse local. Tomando como base uma expectativa de vida de 80 anos, se este mesmo individuo continuar seu percurso pelo sistema educacional e vier a ingressar em uma escola de ensino superior; aos 23 anos, aproximadamente, terá finalizado o curso e terá permanecido por volta de 25% das horas de vida em ambientes escolares (4 anos na pré-escola, 8 anos no Ensino Fundamental, 3 anos no Ensino Médio e pelo menos 5 anos na Faculdades). Com tanto tempo de vida dedicado aos ambientes educacionais, surgem então algumas indagações: que tipo de experiência e aprendizado estas instituições têm oferecido, especialmente as de nível médio onde se passa a maior parte do tempo dedicado à formação educacional? Que formato pedagógico tem sido levado adiante? 

O formato pedagógico atual prevê uma transferência unilateral e massiva do conhecimento, que não leva em consideração as habilidades e dificuldades individuais. Isso tem resultado em um desinteresse do conhecimento e pelo aprendizado. Tendo em conta essa realidade, a proposta deste trabalho é o estudo de um espaço educativo que, atuando em contraturno, trabalhe junto às escolas tradicionais e ofereça um local de experimentação de novas pedagogias. A proposta é trabalhar o conteúdo escolar e extra-escolar em novos formatos e auxiliar tanto no reforço e ampliação do aprendizado como no melhoramento dos formatos de transferência do conhecimento para que ela ocorra de forma mais propícia para o desenvolvimento infantil.

Para abarcar o aprendizado ativo e multilateral e também abrir espaço para novas experimentações, a proposta divide-se em 3 ambiências que se complementam e se conectam: o caminho sensorial, composto por elementos que ao mesmo tempo qualificam os percursos e oferecem incentivos para o desenvolvimento psicomotor da criança com equipamentos e espaços hápticos; o meio natural, que é tanto uma fonte de conhecimento para o aprendizado, sendo a natureza fonte de observação, como também um cenário para o desenvolvimento de atividades educativas e para o desenvolvimento psicomotor infatil; e a edificação, que oferece abrigo às intempéries e espaços multifuncionais às atividades  para que a transmissào multilateral de conhecimento aconteça mesmo dentro do ambiente construído.

PC3 pra Gente: Um ensaio de intervenção urbana para qualificar o bairro Jardim Atlântico

Com esse ensaio pretende-se intervir e qualificar urbanística e arquitetonicamente o bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis/SC, uma área de potencial crescimento urbano para a cidade como um todo e, principalmente, para as comunidades carentes que permeiam a região, distribuindo equipamentos públicos em suprimento às necessidades dessas pessoas e promovendo o bem estar através do lazer e da socialização. A rua é o espaço público responsável pelos principais eventos cotidianos que dizem respeito ao homem citadino, bem como o próprio encontro, a circulação e a troca de informações, sendo por esse meio que se promove a vida urbana, por esse motivo, fazer da rua um espaço de uso livre para quem transita ali e usa esse espaço de fato, mesmo que de maneira irregular. Além disso, considera-se os consequentes alagamentos por conta das chuvas, propondo uma solução técnica para esse problema, utilizando os pequenos córregos presentes, e inserindo-os na malha urbana atual por meio do desenho arquitetônico proposto para esse trabalho.

Acredito que arquitetura é sociedade e que esta não vive sem gente, sem suas esperanças, suas expectativas e paixões. Por trás de qualquer referencial teórico, desenho ou proposta projetual, trago parte da minha utopia de transformar o lugar que cresci, a partir da minha sensibilidade e percepção como cidadão.

 

Permitir a diversidade no centro de Florianópolis: Programa de Inclusão Social na Pedreira

Vivemos em uma sociedade racista, em que os brancos têm privilégios diversos que reforçam a desigualdade social de que o capitalismo necessita para se manter. O projeto busca promover a reparação histórica das populações negras na cidade de Florianópolis por meio da inclusão social e da revitalização da região da Pedreira, permitindo assim a diversidade dentro da área. Propõe-se dez equipamentos urbanos para área, sendo quatro deles novas edificações: a Moradia Social, Albergue Popular, Abrigo Noturno para População em Situação de Rua e o Centro Esportivo e Educacional; e 6 deles revitalizações dos edifícios abandonados ou para aluguel da área propondo diversificados usos: a manutenção e reforma do Instituto Arco Íris, Ponto de Coleta de Recicláveis, duas extensões do Projeto Centro Sapiens, Start Up Sociais e uma E.J.A. para a região. Também é proposto o desenho urbano de toda a área com a inclusão de 3 áreas de estar e um Parque Coberto no Terminal Urbano da Cidade de Florianópolis. Acredita-se que a união entre os equipamentos e a revitalização da área, criam-se políticas afirmativas para as populações negras e ao mesmo tempo impede-se a excessiva gentrificação do bairro.

Projeto de Vida - Nova forma dos idosos viverem a cidade

A partir da constatação de que a população Brasileira vem apresentando um processo de envelhecimento progressivo (IBGE, 2013) questiono se a infraestrutura e conformação das cidades estão preparadas para receber indivíduos com mais de 60 anos. Dessa forma, ao buscar uma alternativa ao modo como os idosos se relacionam com o meio urbano, é proposto um complexo de convivência e habitação social para idosos independentes a fim de valorizar essa faixa etária e, ao mesmo tempo, estimular sua integração com a sociedade.

Recuperando a Paisagem das Araucárias

Curitibanos é uma cidade que ao longo dos últimos anos vem recebendo uma série de investimentos que têm impulsionado o desenvolvimento da cidade e, consequentemente, atraído um número maior de moradores. Algumas das causas desse crescimento deve-se ao fato da chegada da Universidade Federal de Santa Catarina na cidade, com a abertura de um novo campus que é resultado de um processo de descentralização da universidade no estado, e também a chegada de uma grande fábrica da indústria madeireira, que emprega e traz novos profissionais a cada ano.
É no contexto desse processo de expansão das cidades que se torna necessário e relevante o papel do Arquiteto e Urbanista de planejar a cidade de forma que ela cresça de maneira ordenada e democrática. E parte importante desse planejamento urbano é a reserva de espaços para áreas verdes de lazer. Áreas que se destinam as atividades de lazer e entretenimento já se mostra- ram essenciais para a qualidade da vida urbana dos cidadãos como refúgios da vida tumultuada das cidades, e, assim como em quase todas as cidades brasileiras, Curitibanos é uma que possui carência desse tipo de espaço.
A temática desse TCC nasce com o interesse de transformação do Parque do Pinho (antiga área de reflorestamento de pinus no perímetro urbano da cidade) em área pública, através da aquisição do terreno pela Prefeitura de Curitibanos e a proposta de transformá-lo em um novo espaço de lazer para a cidade.

Reestruturação e reorganização espacial do Cemitério São Francisco de Assis no Bairro do Itacorubi - Florianópolis

MORTE In Urbe O ESPAÇO DA MORTE NA CIDADE

Reestruturação e Reorganização Espacial do Cemitério São Francisco de Assis no Bairro do Itacorubi - Florianópolis

Toda jornada tem seu fim, as aventuras são definidas pelo seu fim, pelo término, Odisseu seria apenas mais uma baixa de guerra se não tivesse retornado a Ítaca, sua história teria sido perdida, seus feitos perderiam importância, e usaríamos outro termo no lugar de Odisseia para denir jornadas difíceis. Não pretendo diminuir a importância da jornada, apenas ressaltar a grandeza e a inevitabilidade da conclusão. Alfa e Omega são faces opostas da mesma moeda, ambos definitivos e ambos necessários para nossa compreensão de mundo. Não conseguimos compreender coisas infinitas, podemos extrapolar, criar teoremas, equações e suposições, porém não conseguimos, realmente, entender. Somos seres finitos e, portanto, medimos o mundo e as coisas que nele situam-se por sua nitude, por sua duração, seu tempo.

O tema deste projeto traz a tona outro desfecho, que muitas vezes é negligenciado, até mesmo por nós arquitetos e urbanistas, porém é inevitável e comum a todos. Poderíamos dizer que trata-se da própria definição de término, a morte. Assim, mais que um exercício projetual, este trabalho busca a reflexão sobre este assunto claramente contraditório. O tema refere-se à cidade. Refere-se ao Urbe, espaço, às pessoas, às funções e à arquitetura da cidade. Ou seja, trata dos espaços que a morte ocupa na sociedade e na urbe, cidade, trata de cemitérios. Mais especificamente, de um cemitério, o cemitério de São Francisco de Assis no bairro do Itacorubi em Florianópolis.

O cemitério do Itacorubi evidencia o descaso e a falta de preocupação  com o destino dos mortos por parte da sociedade. O sentimento é recíproco, enquanto a cidade nega o cemitério, o cemitério, por sua vez se fecha para a cidade, criando um verdadeiro buraco na malha urbana.

Reorganização e Qualificação Urbana no Bairro Carianos, Florianópolis

A potencialização de sua ligação com o centro da cidade pela construção do Novo Acesso Viário, a mudança de localização do Atual Terminal de Passageiros e sua importância para conjuntura urbana e econômica  junto ao bairro, alem da preocupação quanto a preservação e manutenção da Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé e de sua Área de Transição levaram a escolha do Carianos como objeto de estudo. Concebendo um novo planejamento adequado a essa futura renovação, preocupado em abranger as diferentes escalas e no desenvolvimento harmonioso junto ao rico ecossistema de manguezal circundante levaram a proposta de ambiente urbano focado principalmente na escala da rua, a fim de atender ao interesse coletivo e estimular a convivência saudável entre os moradores do bairro.

Requalificação da região do antigo matadouro no Estreito - Proposta urbana habitacional, cultural e comercial

As cidades porcionam importantes interações sociais para a vida dos usuários, permitindo grande troca de conhecimentos, culturas e miscigenação. Desse modo, precisam ser ativas, acessíveis, seguras e propícias ao desenvolvimento natural de diversas atividades. 

Assim, desenvolve-se um projeto para a crascente área do antigo matadouro no Estreito, que seja catalisador no processo de inclusão social e qualificação urbana do bairro, criando unidades habitacionais, empregos e espaços públicos coletivos, a fim de evitar a gentrificação e auxiliar na geração de urbanidade do local.

Palavras chaves: Estreito, Qualificação Urbana, Mercado Público, Aluguel Social

rituais urbanos: dispositivos para o corpo (cri)ativo no bairro do Estreito

Ritual é comunicação, troca entre indivíduos. Ela é essencial aos seres sociais, e é mecanismo de adaptação ao meio de muitas espécies, que através da cooperação sobrevivem em seus habitats. Assim as abelhas fazem da dança nos ares meio de organização para produção do alimento. Assim os humanos fazem das trocas simbólicas, que vão desde formas de cumprimentar-se à festividades, meio de reconhecerem-se no outro, motivando as trocas de conhecimento e a cooperação.

A cidade é o ambiente onde estas trocas acontecem. As transformações ao longo do tempo nas dinâmicas sociais e nos espaços que habitamos, no entanto, conduzem à uma mudança no olhar ao ‘outro’. No cenário da cidade contemporânea, a segregação espacial de grupos sociais, a extrema valorização da vida íntima – passa-se mais tempo nos ambientes privados, seja a casa, o trabalho ou o automóvel – manifestam o declínio do ser público. E se o menor convívio diminui as possibilidades de cooperação e mobilização popular, o recolhimento a privacidade acaba por contribuir a passividade dos corpos.

Em Florianópolis, que segue a lógica da cidade-mercado, encontrei no bairro do Estreito exemplo dessa relação. O bairro possui poucos locais públicos de lazer e convívio – graças ao histórico de suas atividades imobiliárias – e é conhecidamente um dos bairros menos mobilizados da cidade. Pela minha familiaridade com o bairro - é onde nasci e onde vive minha família – me propus a torná-lo local de análise e de ensaio.

A proposta experimenta possibilidades para reconhecimento e cooperação na cidade atual, visando maior autonomia dos habitantes de um bairro na produção e uso dos espaços. Buscando brechas no abandono e nos vazios urbanos, procura-se formas de apropriação ativa dos espaços do bairro por seus moradores.

Sesc Trindade - O Espaço de Cultura e Lazer

           A unidade do Sesc Trindade é proposta para o bairro da Trindade, Florianópolis - SC, uma região central, urbanizada, com estrutura complexa e com grande fluxo de pessoas. Com  enfoque em uma área ociosa, rodeada por equipamentos urbanos, inserida em um importante nó de ligação entre bairros, com diversas problemáticas urbanas, onde o fluxo de automóveis é priorizado, ficando à margem do planejamento, onde o desenvolvimento do sistema viário norteia a conformação do desenho urbano da área.

           O equipamento busca a valorização da cultura do skate e grafite presentes na área, abrigando assim um programa específico que atenda a vocação do local , que possa gerir e garantir o uso desta área valorizando seu potencial como espaço público e de lazer para a região e para a cidade, bem como a conexão com o seu entorno.  

Silo das artes: uma proposta para reconversão de complexo agroindustrial em Chapecó

Acadêmico: Mauricio Goldschmidt Labes      Título: Silo das artes: uma proposta para reconversão de complexo agroindustrial em Chapecó

Orientação: Karine Daufenbach

 

RESUMO

                O escopo do trabalho reside no reconhecimento patrimonial de um bem agroindustrial em desuso na cidade de Chapecó, localizada no oeste de Santa Catarina e o posterior destrinchar das possibilidades de ação sobre ele. A metodologia adotada procura elucidar as bases teóricas que dão suporte à abrangência conceitual acerca do patrimônio urbano no decorrer do tempo, indicando e afirmando assim, a importância de perceber a herança industrial como formadora e modeladora da cidade moderna. A análise de conceitos memoriais e de esquecimento atrelados às mudanças urbanas que ocorreram principalmente no século XX, indicam um presente descaso na preservação dos bens que marcam a paisagem citadina, fazendo-se imperial o trabalho de reconhecer e lidar com estes bens muitas vezes esquecidos. Os edifícios industriais possuem características singulares que os tornam espaços com enorme potencial para abarcar novos programas e usos. Sua materialidade é dotada de minimalismos estruturais e uma grande exposição da estética de seu esqueleto portante, apresentando uma interação espacial limpa e muitas vezes livre em planta. Partindo destas premissas, a proposta projetual gira em torno de fazer uso das estruturas do complexo fabril para subverter o funcionalismo programático urbano em que estamos inseridos. Traduz-se, resumidamente, como uma proposta de dinamização de fluxos e vivências no permear do extrato urbano, alocando nas estruturas industriais novas formas de explorar as vertentes da cidade. Em conjunto com programas plurais, este espaço pode, e deve oferecer ao transeunte uma nova visão acerca da apropriação urbana, usando a arquitetura como ponte entre fantasia e realidade, função e sensação, transitar e estar, dependendo de qual for a intenção e o propósito de cada indivíduo, mesmo que este não tenha propósito algum.