IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-Americano Habitação Social: ciência e tecnologia: BOLETIM 02, Abril/2012
“Inovação e Responsabilidade”
Florianópolis, 12 a 15/11 de 2012
CALENDÁRIO
30/06 – Envio de trabalhos completos – aguardamos seus artigos exclusivamente no e-mail palermo.carol@gmail.com
15/08 – Parecer preliminar sobre a aceitação dos trabalhos e indicação de correções quando houver.
31/08 – Envio dos trabalhos corrigidos e formatados
30/09 – Parecer final sobre a aceitação
25/10 – Confirmação das Inscrições dos autores
12/11 – Oficina ‘A Habitação em Questão’ – 8:30 às 18:00
Abertura Oficial do Evento – 18:30.
- Nosso Site está no ar. Confiram cthab.ufsc.br e nos ajudem com a indicação de erros de digitação e outras dúvidas e ausências.
- Mais um Conferencista confirmou presença:
- Prof. Dr. Víctor Pelli da Universidad Nacional del Nordeste/AR, vai tratar da produção habitacional na América Latina;
- Temos recebido muitos e-mails com pedidos de informações sobre o Concurso de Ideias. Estamos esperando um boa concorrência. Alunos de graduação, não deixem passar essa oportunidade de mostrar suas ideias.
- Muitos interessados do setor público têm solicitado antecipação de aceite para viabilizar pedidos de auxílio para Participação, junto às chefias diretas. Temos a informar que para garantir a completa neutralidade na avaliação dos artigos pelo Comitê Científico, o Evento seguirá rigorosamente o calendário já divulgado.
- A venda de estandes na Mostra de Produtos de Serviços para a Habitação está aberta junto à nossa secretaria executiva. Participe.
- A organização informa que haverá Transporte Gratuito entre o Hotel Castelmar e o Centro de Eventos da ACE, local de realização do Evento.
- A Ficha de Inscrição ao Evento já está no site. Antecipe a sua.
APROFUNDANDO OS TEMAS:
O CTHab’2012 busca uma temática abrangente, consistente com o mote Inovação e Responsabilidade e a Comissão Organizadora espera propiciar aos participantes uma discussão atual e comprometida com as demandas da sociedade, na realidade em que vivem as cidades hoje, particularmente as populações menos favorecidas. São temas para discussão:
- Qualidade do projeto: ferramentas e processos de avaliação; acessibilidade e ciclo de vida familiar; intensidade de uso; novas proposições tipológicas; habitação e catástrofe;
- Qualidade construtiva: uso diário e controle ambiental; conservação, manutenção e eficiência energética; novas tecnologias; custos e benefícios da inovação;
- Inserção urbana: habitação, trabalho e renda; revitalização urbana; controle de impactos (políticas e métodos); periferização e segregação.
A qualidade do projeto se refere ao maior problema da construção civil, em todos os segmentos deste ramo da indústria; no entanto, a falta de cuidado e o pequeno volume de investimento neste tópico torna-se dramático quando se trata da Habitação Social. O maior índice de patologias e o maior índice de rejeição é marcante na Habitação Social. A pesquisa sobre este tópico aponta que a elaboração do projeto sem ter como foco o usuário é o problema primordial. A questão das edificações em área de risco está por sua vez associada à falta de previsão e destinação de áreas para Habitação Social, remetida assim ao projeto da cidade que de modo geral ainda exclui os mais pobres. A padronização do projeto, a miniaturização das suas áreas, a falta de flexibilidade, a renovação tipológica, além de outras carências a serem discutidas no evento, são os itens principais.
A qualidade construtiva se refere como associada à incompletude do projeto, à má interpretação da LEI 8666, de Junho de 1993, bem como à fiscalização inadequada das obras. Quando se lança uma chamada pública, os gestores apenas se contentam com o custo inicial da obra, esquecendo que isto representa parcela pouco representativa do custo global ou seja, do custo do ciclo de vida completo da edificação, do projeto ao descarte dos entulhos de sua demolição. Na Era da sustentabilidade e suas inovações tecnológicas requeridas, a consideração do ciclo de vida da edificação determina uma previsão de custos para manutenção e operação, além do custo da obra propriamente dito, dentro dos conceitos da Engenharia Financeira. Custos de consumo de água e energia elétrica são impactantes neste ciclo, entre outros a serem tratados no evento. E a responsabilidade de projetistas e construtores ficaria mais patente ao se monitorarem tais custos decorrentes da fase de uso. Atualmente tais custos são simplesmente transferidos para o usuário final que muitas vezes arcarão com retrabalhos ou reformas corretivas cedo demais, muitas vezes, nos primeiros três anos de uso.
A má inserção urbana é um problema que já afeta também as classes mais altas da população. Não existindo projeto para uma cidade que acomode os mais pobres, cria-se uma falsa solução para se resolver o problema da periferização e segregação urbana: o incremento da mobilidade. No entanto, isto se trata de falta de acessibilidade, ou seja, a cidade tornada fora do acesso dos mais pobres. A periferização se delineia pela ocupação dos espaços que “sobraram” na cidade, ou seja, longe das amenidades e das vantagens que proporcionam: emprego, escola, saúde, segurança pública, amigos, lazer, entre os mais importantes; por outro lado, na falta de inserção correta, a população se expõe à riscos ocupando desordenadamente locais inadequados sob diversas óticas ou todas elas combinadas: áreas de preservação e áreas de risco são os maiores exemplos. Os governantes, então, apelam para a teoria da mobilidade, tentando resolver por meio da construção de viadutos, pontes, alargamento de ruas, quando a solução está em incluir toda a população “dentro” da cidade (principalmente aquela que menos pode arcar com os custos de transporte, por exemplo) pela heterogeneização do uso do solo, descentralização dos serviços públicos, e adequação das densidades aos serviços, de modo a serem geradas infraestruturas mais compatíveis com sua implantação, uso e manutenção. Além do mais, a periferização da Habitação Social implica em mais um custo habitacional considerável, jamais ponderado e altamente impactante: o tempo perdido dos moradores de periferia nos deslocamentos urbanos. Certamente estes são temas que merecem aprofundamento competente e urgente, dada a forma como as cidades continuam a ser estruturadas.
Prof. Roberto de Oliveira, PhD
Coordenador Técnico.
COMISSÃO ORGANIZADORA:
palermo.carol@gmail.com ou rdeoliveira@hotmail.com