Parque dos sentidos: centro terapêutico com foco no autismo
Apresentação
O Parque dos Sentidos é um centro terapêutico que busca realizar a intersecção entre a interioridade do autismo e a exterioridade da natureza. O projeto procura evidenciar como a arquitetura pode auxiliar no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) por meio de uma organização funcional e formal clara, além da criação de espaços de transição que convidam o autista a sair de sua introspecção em direção à natureza. O terreno escolhido está localizado em Brasília (DF), o maior marco da arquitetura moderna brasileira e cidade natal da autora. O partido surge a partir das forças do lugar: um terreno com 18m de declive beirando o Lago Paranoá e seu acesso por uma rua em L. Paralelamente à rua, foram dispostas duas linhas perpendiculares entre si, liberando uma grande área verde de preservação do cerrado, onde os brasilienses podem desfrutar da escala bucólica da capital. Aos poucos, as linhas são fragmentadas, conectadas e acomodadas à topografia. Assim, a construção se confunde com o terreno e respeita a escala humana, com edificações baixas que se adaptam à silhueta predominantemente horizontal de Brasília. Cria-se, também, um círculo que conecta as duas linhas, mas que não é totalmente fechado. A ruptura projetual desta curva reforça a conexão entre o mundo interno do autismo e a grandeza externa da natureza. A hierarquia visual deste elemento desempenha a importante função ao conectar todo o projeto entre si, além de integrá-lo à natureza, quando o gesto circular se torna uma rampa e depois um deck que flutua no lago. Assim, a arquitetura deixa clara sua função mediadora ao tornar-se um espaço de transição entre o indivíduo e o mundo.
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