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O fenômeno de estúdios no bairro Trindade em Florianópolis: espacialização urbana, composição do tipo e dinâmicas imobiliárias entre 2014 e 2025

Apresentação

No quadro atual da produção imobiliária residencial vertical contemporânea de Florianópolis, destaca-se o surgimento das tipologias de estúdios. Esse fenômeno, desde 2019, tem se manifestado com grande intensidade no bairro Trindade, alterando significativamente as dinâmicas urbanas e a paisagem da área, por meio da verticalização intensificada pela revisão de 2023 do Plano Diretor Municipal. Muitos estudos têm abordado o processo de elaboração dessa legislação urbana, destacando a vitória da correlação de forças entre grupos pró-turismo e de incorporação imobiliária, bem como as consequências socioespaciais derivadas desse projeto político, como apontam Aguiar (2015), Boppré (2022), Peres (2022), Siqueira (2020), entre outros. No entanto, observa-se uma grande lacuna no que se refere à análise da produção imobiliária após a aprovação dessa lei e de sua antecessora, de 2014, uma vez que as últimas referências bibliográficas sobre empreendimentos imobiliários voltados à compreensão dos efeitos sobre a espacialização e as dinâmicas urbanas datam de 2009. Com o intuito de avançar sobre esse tema, este trabalho propõe a análise da aplicação do Plano Diretor vigente na produção imobiliária, a partir da investigação dos estúdios no bairro Trindade. Nesse sentido, objetiva-se compreender a atual produção imobiliária de estúdios no bairro Trindade, com base no Plano Diretor vigente e nas características urbanas locais, por meio de revisão bibliográfica; levantamentos estatísticos; análise documental referente à legislação do Plano Diretor vigente, às plantas dos edifícios e aos folders de venda divulgados pelas construtoras; levantamento dos empreendimentos em campo; e entrevistas com arquitetos e engenheiros atuantes no mercado. Por conseguinte, esta pesquisa constatou a estreita relação dessa tipologia com o rentismo, evidenciando-se como produto imobiliário atrativo à valorização do capital investido por meio de aluguéis. Portanto, demonstrou-se como a lógica rentista dessa tipologia foi beneficiada pelo aumento do potencial construtivo dos empreendimentos, viabilizado pelos incentivos urbanísticos incorporados na legislação de 2023.

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