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Arquitetura da Morte: Proposta de cemitério vertical para Florianópolis

Apresentação

O trabalho investiga a relação histórica, simbólica e ambiental entre a morte, os cemitérios e a arquitetura funerária, propondo um projeto de cemitério vertical para Florianópolis. Parte-se da análise da evolução dos espaços mortuários, desde a integração dos mortos à vida urbana na Antiguidade e Idade Média, passando pelo exílio periférico na modernidade, até as tipologias contemporâneas, como a verticalização, a cremação e a digitalização da memória. Destaca-se que a arquitetura funerária não apenas abriga corpos, mas também estrutura o luto, representa valores culturais e religiosos, e materializa a memória coletiva.

O estudo evidencia que cemitérios são equipamentos urbanos de impacto ecológico significativo, principalmente devido à liberação de necrochorume, gases e resíduos não biodegradáveis. A legislação brasileira (Resoluções CONAMA nº 335/2003 e nº 368/2006) impõe diretrizes técnicas e ambientais, mas a aplicação prática ainda é limitada. Modelos sustentáveis, como memoriais florestais, hidrólise alcalina e criomação, surgem como alternativas de menor impacto, alinhadas ao urbanismo regenerativo.

No contexto de Florianópolis, a pesquisa identifica saturação do sistema funerário, ausência de planejamento territorial e desigualdade de acesso. Os cemitérios públicos da capital não ampliaram sua área desde 2003, recorrendo apenas a soluções paliativas, como gavetas verticais e exumações programadas. O Plano Diretor carece de diretrizes específicas para equipamentos funerários, agravando a precariedade do setor.

Como resposta, propõe-se a implantação de um cemitério vertical no bairro de Capoeiras, anexo ao Cemitério São Cristóvão, integrando parque memorial e casa de velório. A proposta busca aliar tecnologia, sustentabilidade e sensibilidade simbólica, com soluções como impermeabilização e ventilação dos lóculos, áreas de ossário, iluminação natural controlada e integração paisagística. O projeto pretende reinserir a morte na vida urbana, conciliando função, memória e respeito ambiental, e estabelecendo um novo paradigma funerário para a cidade.

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