Trabalhos de Conclusão de Curso

Em “As mais belas coisas do mundo”, Valter Hugo M�e, escritor angolano radicado em Portugal, usa a voz de uma crian�a para contar o que aprendeu com os av�s. Quando li a hist�ria, foi inevit�vel n�o pensar sobre tudo o que aprendi com os meus velhinhos ao longo da vida e sobre tudo que ainda quero ensinar aos meus netos. O autor tamb�m fala com muito carinho sobre a import�ncia da mem�ria e do respeito por quem j� experimenta a vida h� bastante tempo em seu livro “Serei sempre teu abrigo”. Para al�m das rela��es de avosidade que permeiam nossas vidas, acredito que a conviv�ncia intergeracional, seja ela com pessoas da nossa fam�lia ou n�o, pode ser uma forma de construirmos uma cidade mais solid�ria.
Valter Hugo M�e tamb�m escreveu “A m�quina de fazer espanh�is”, que conta a hist�ria de um rec�m vi�vo amargurado que vai morar no “Asilo Feliz Idade” contra seu desejo. Lendo o livro, lembrei da minha av�, que uma vez me disse que n�o gostaria de ser “uma velha asilada”. Para ela, “asilo” � sin�nimo de ex�lio e morar em um significa viver fora da sociedade. De fato, n�o existem muitas op��es de moradia para idosos que sejam atraentes aos nossos velhos e contribuam para seu conv�vio social. Tratando-se de iniciativas p�blicas, o n�mero de moradias que n�o possuem um car�ter exclusivamente assistencialista e hospitalar � ainda menor.
Ainda, quando somos jovens, pouco pensamos sobre o fato de que um dia seremos velhos. Ao longo dos meus vinte e tantos anos de vida, n�o refleti muito sobre o envelhecer e as consequ�ncias que esse processo ter� sobre meu corpo e minha mente. Confesso, inclusive, que sempre tive um certo receio em encarar os estere�tipos de decad�ncia, depend�ncia e melancolia que o envelhecimento carrega. Simone de Beauvoir (1990) bem disse: a velhice s� concerne aos outros at� o dia em que ela se abate sobre n�s.
No mundo em que vivemos, marcado pela desobriga��o do Estado em rela��o �s quest�es sociais, acredita-se na ideia de que o envelhecimento � resultado de uma op��o individual e que, portanto, envelhecer bem � uma escolha de cada um. Na verdade, acredito que as coisas n�o funcionam bem assim. Como arquiteta, quero propor um equipamento p�blico que, de alguma maneira, propicie condi��es melhores de envelhecimento para a popula��o florianopolitana.
Movida a essas reflex�es, decidi projetar um Centro de Conviv�ncia e Lazer Intergeracional, que estimula a conviv�ncia e a coeduca��o entre as gera��es, prov� a cidade com uma op��o digna de moradia para idosos e oferece ferramentas para a inser��o dos velhos, crian�as e adolescentes na vida social. Creio que, encorajando a pr�tica intergeracional, tamb�m conseguimos enxergar novas perspectivas e aprender a se colocar no lugar do outro.

Hoje torna-se importante a preocupa��o para a preserva��o, manuten��o e racionaliza��o dos recursos naturais, tendo em vista o aquecimento global e suas consequ�ncias, como os riscos de desastre e fome nas zonas de Sael, tornando inevit�veis as mobiliza��es dos �rg�os e profissionais da �rea. Na �tica te�rica, as sucessivas remo��es de vegeta��o e intensifica��o das edifica��es nos vales e encosta das cidade litor�neos de baixa declividade, impedem a infiltra��o durante as precipita��es devido ao escoamento das �guas de maneira s�bita por meio de canais.

A cidade da Praia encontra-se no litoral da Ilha de Santiago e representa a cidade com declividade mais baixa, consequentemente, possui em alguns pontos n�vel fre�tico muito baixo, impedindo assim que as �guas pluviais infiltrem, o que implica nas magnitudes das inunda��es devido a impossibilidade de armazenamento de �gua e pouco manuten��o dos canais de drenagem.�Deste modo foi necess�rio uma particular aten��o para �reas de encontro e passagem dessa �guas na cidade, como o mangue aterrado do Bairro do Tahiti e o caudal da Praia Negra fortemente� amea�ados pela urbaniza��o, assim propondo um uso mais adequado dos espa�os, com a proposta de um parque urbano que resolvem as demandas ambientais de armazenamento e conten��o de �guas pluviais durante as �pocas de chuvas, tendo a fun��o de uma bacia de deten��o visto as escassez de precipita��o anual,� que de espa�o de lazer arborizado para a cidade como conector do centro com os bairros vizinhos, respondendo assim �s quest�es de car�ter ambientais e urbanas.

Palavra chave: Espa�o p�blico, Drenagem, Ilha de Santiago, Zona Sael

Portal do Maci�o � um projeto idealizado pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e representantes de comunidades do Maci�o do Morro da Cruz em Florian�polis-SC�com o intuito de aproximar as popula��es carentes residentes do entorno dos espa�os e servi�os oferecidos no campus. O Portal consiste na constru��o de uma sede para a Coordenadoria de Atividades Art�sticas do IFSC que realiza um importante trabalho de extens�o de cursos de m�sica, teatro e artes visuais. O presente trabalho apresenta uma proposta arquitet�nica para o Portal do Maci�o que busca atender �s necessidades espaciais da Coordenadoria de Atividades Art�sticas e�no atendimento, com o intuito de facilitar o contato entre os moradores do Maci�o do Morro da Cruz e o IFSC. Busca ainda trazer visibilidade e resgatar a import�ncia do projeto Portal do Maci�o para as comunidades locais e para o Instituto Federal, visto que o mesmo encontra-se paralisado desde sua idealiza��o em 2010.

A implantação de um campus universitário na cidade é geradora de uma série de impactos significativos, influenciando na conformação espacial do tecido urbano e nas relações existentes com a cidade.  O projeto de um campus universitário deve ser criteriosamente pensado para propiciar a interação e relações harmoniosas tanto com o entorno imediato quanto com a cidade.

A Universidade Nacional de Concepción, na cidade de Concepción, Paraguai, foi implantada em 2007 em um terreno doado pelo Ministério de Defesa Nacional do Paraguai, afastado aproximadamente 2,0 km do ponto de chegada da cidade. A pré-existência de edificações militares dentro do campus propiciou a ocupação dispersa e pulverizada das estruturas e instalações físicas da universidade.

O plano de desenvolvimento atual da UNC se limita a responder a demandas imediatas pontuais ignorando a necessidade de um plano integrador de relações do campus como um todo e da sua articulação com a cidade.

A partir do questionamento do papel do campus e sua relação com a cidade, foi lançada uma proposta com base em projetos de campi universitários sustentáveis que propiciam encontros para além dos estritamente acadêmicos, entendendo o espaço do campus como locus gerador de conhecimentos, debates e convívio de diversidades.

Palavras-chave: Campus Universitário, Planejamento de campus universitário, Paraguai.

   A rápida urbanização das cidades brasileiras acarretou na formação de centros urbanos que refletem espacialmente a desigualdade econômica de sua população. Na cidade de Florianópolis, a tendência nacional se confirma ao analisarmos a distribuição territorial da renda nas áreas da cidade - ainda que os índices apontem o município como detentor de uma das menores taxas de desigualdade do estado. A área conurbada da capital possui em seu espaço intraurbano diversas regiões com características periféricas: infraestrutura precária, dificuldade de mobilidade e falta de integração com a cidade. Em tais lugares se concentra grande parte da população de baixa renda.
   O espaço urbano de Florianópolis possui a particularidade de concentrar algumas dessas comunidades em um mesmo aglomerado, o Maciço do Morro da Cruz (MMC). Os habitantes informais do Maciço se situam nas adjacências da área central da cidade, representando cerca de 45% da população de baixa renda do município (IPUF, 2000) e, apesar da proximidade física, ainda residem pouco articulados com a cidade formal. As comunidades do Morro da Cruz representaram por muito tempo um “território-fim”, com poucos acessos nas menores cotas do Morro, pelos quais se desenvolvem e ramificam as comunidades morro acima.
   Os investimentos do PAC no Maciço na última década transformaram a qualidade de vida das comunidades, promovendo melhor infraestrutura urbana e sanitária . Além de criar novas conexões urbanas, ligando algumas comunidades que não possuiam vínculos rodoviários entre si e abrindo uma nova e importante rota para a cidade, a via Transcaeira. Esse acesso cruza transversalmente
o Morro da Cruz, conectando o Centro e a região da Trindade através das comunidades do Maciço.
   A transformação recente deste espaço é o ponto de partida deste trabalho, que busca promover uma melhor articulação do Morro da Cruz através de um plano de intervenção local.

Caderno

Prancha

A história da cidade de Criciúma foi fortemente influenciada pala consolidação de um poderoso setor extrativista de carvão mineral que teve forte impacto de transformação na configuração urbana da cidade, por provocar um intenso processo de expansão e urbanização. Diante de processos de transformação do espaço urbano, a cidade atualmente sofre uma questão de descaracterização do patrimônio material, a qual, em sua maioria, ligada aos interesses do mercado imobiliário, e à uma alusão ao progresso que buscava uma imagem modernizada da cidade. Diante disso, o acervo arquitetônico patrimonial de Criciúma vem perdendo espaço para a verticalização da cidade, ou se encontra descaracterizado e escondido atrás de letreiros de propaganda. Os vestígios históricos estão fragmentados e a cidade vem se desvinculando de suas memórias, as quais são instrumentos importantes para compreender as mudanças e o desenvolvimento de uma sociedade.

O centro de Criciúma é o principal palco de transformações urbanas, e é nele que se encontram os vestígios históricos de épocas que transformaram a cidade no que ela é hoje. É o lugar de encontro, de expressão da vida urbana, onde a cidade identifica seus símbolos, sua diversidade e sua história. Em busca da preservação e valorização de ícones que instiguem a sociedade a reconhecer a história e a memória da vida urbana de Criciúma, surge a edificação do antigo escritório do Departamento Nacional de Produção Mineral, hoje Centro Cultural Jorge Zanatta.

A edificação foi construída com o intuito de servir como escritório do órgão Federal, no auge da extração mineral em Criciúma e ao longo do desenvolvimento da cidade foi transformando seus usos, mas sempre caracterizada como local de prestígio da cidade, não apenas por sua localização privilegiada, mas também por sua expressão arquitetônica, que se diferencia das tipologias do contexto urbano em que se insere. Atualmente, a edificação se encontra em estado de abandono e deterioração, comprometendo o uso como espaço de apropriação da população. Considerando-a como um espaço de memória coletiva e de representação da história e desenvolvimento da cidade de Criciúma, a edificação do antigo DNPM torna-se o objeto de estudo e intervenção deste trabalho de Conclusão de Curso.

Com esse ensaio pretende-se intervir e qualificar urbanística e arquitetonicamente o bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis/SC, uma área de potencial crescimento urbano para a cidade como um todo e, principalmente, para as comunidades carentes que permeiam a região, distribuindo equipamentos públicos em suprimento às necessidades dessas pessoas e promovendo o bem estar através do lazer e da socialização. A rua é o espaço público responsável pelos principais eventos cotidianos que dizem respeito ao homem citadino, bem como o próprio encontro, a circulação e a troca de informações, sendo por esse meio que se promove a vida urbana, por esse motivo, fazer da rua um espaço de uso livre para quem transita ali e usa esse espaço de fato, mesmo que de maneira irregular. Além disso, considera-se os consequentes alagamentos por conta das chuvas, propondo uma solução técnica para esse problema, utilizando os pequenos córregos presentes, e inserindo-os na malha urbana atual por meio do desenho arquitetônico proposto para esse trabalho.

Acredito que arquitetura é sociedade e que esta não vive sem gente, sem suas esperanças, suas expectativas e paixões. Por trás de qualquer referencial teórico, desenho ou proposta projetual, trago parte da minha utopia de transformar o lugar que cresci, a partir da minha sensibilidade e percepção como cidadão.

Curitibanos é uma cidade que ao longo dos últimos anos vem recebendo uma série de investimentos que têm impulsionado o desenvolvimento da cidade e, consequentemente, atraído um número maior de moradores. Algumas das causas desse crescimento deve-se ao fato da chegada da Universidade Federal de Santa Catarina na cidade, com a abertura de um novo campus que é resultado de um processo de descentralização da universidade no estado, e também a chegada de uma grande fábrica da indústria madeireira, que emprega e traz novos profissionais a cada ano.
É no contexto desse processo de expansão das cidades que se torna necessário e relevante o papel do Arquiteto e Urbanista de planejar a cidade de forma que ela cresça de maneira ordenada e democrática. E parte importante desse planejamento urbano é a reserva de espaços para áreas verdes de lazer. Áreas que se destinam as atividades de lazer e entretenimento já se mostra- ram essenciais para a qualidade da vida urbana dos cidadãos como refúgios da vida tumultuada das cidades, e, assim como em quase todas as cidades brasileiras, Curitibanos é uma que possui carência desse tipo de espaço.
A temática desse TCC nasce com o interesse de transformação do Parque do Pinho (antiga área de reflorestamento de pinus no perímetro urbano da cidade) em área pública, através da aquisição do terreno pela Prefeitura de Curitibanos e a proposta de transformá-lo em um novo espaço de lazer para a cidade.

O Objetivo principal do meu trabalho, é projetar uma edificação para abrigar o mercado público do Petion-ville no Haiti destruído pelo terremoto de 2010.