Trabalhos de Conclusão de Curso

Trabalhos orientados por Luís Roberto Marques da Silveira, Prof. Me.

Foram en contrados 4 trabalhos

2018-2

Ofício, oficina e o artífice marceneiro atual

A importância da produção de móveis para a economia estadual e nacional é incontestável, e o anseio de vender mais e produzir mais rapidamente os produtos é eminente para a manutenção e o crescimento do setor moveleiro. O sistema que se forma em volta da movelaria - que compreende desde o plantio de madeira certificada exótica e de rápido crescimento, de fábricas de chapas derivadas deste tipo de madeira, até cursos de formação para atender a indústria - tem total apoio do estado e da população, pois resulta em benefícios financeiros para ambos os lados.  Por outro lado vemos que a produção em massa com foco na exportação e até na venda interna dos produtos se desconecta cada vez mais de um processo produtivo mais ligado à qualidade dos produtos e da real formação de mestres artífices desta área. Este sistema - principalmente em Santa Catarina - também tem grande influência na formação de paisagem dos campos e florestas que outrora eram cobertos de mata nativa, ricos em fauna e flora, e agora contam com paisagens homogêneas e inóspitas. Pouca é a relevância do plantio e reflorestamento, seja para o manejo ou não, de mata nativa.
A ideia de uma marcenaria com trabalho voltado à qualidade dos produtos e a perpetuação do conhecimento, desenvolvido por centenas de anos de prática, parece ser bastante coerente com questões da nossa sociedade atual. O uso com cuidado de suas matérias primas, o entendimento das técnicas, a qualidade dos produtos, o descarte dos resíduos de forma adequada, a passagem de conhecimento, entre outras peculiaridades que estão presentes no trabalho de um artífice marceneiro, leva-nos a considerar a sua importância para um resgate cultural, com potenciais sociais, econômicos e para o meio ambiente.  

Como forma de resgatar e dar força aos artífices marceneiros, este trabalho será dedicado a pensar o espaço de trabalho de um marcenaria, entendendo os processos envolvidos na produção das peças, traduzindo as necessidades espaciais em um projeto que englobe a chegada de materiais, produção, descarte, estoque, atendimento ao público/exposição e ao ensino do ofício.
    O programa assim foi dividido em 3 partes:

1° Oficina;

2° Atendimento;

3° Hospedagem e ensino.

    A primeira parte está relacionada a oficina propriamente dita. O espaço de máquinas, ferramentas, acabamentos, recebimento e estocagem de madeira, descartes e assim por diante. A segunda parte se preocupa com o atendimento ao público e exposição das peças, que contaria com estacionamento, escritório, sala expositiva e banheiros. A terceira e última parte busca o incentivo na parte de ensino do ofício. Como os cursos seriam ministrados dentro do próprio ambiente de trabalho, a ideia é de possibilitar questões como hospedagem de oficiantes e mestres que vêm de outras cidades para estes eventos, criando assim ambiente que valorize as trocas e intensifique os momentos que envolvem o dia-a-dia de trabalho.

 

2018-1

CESOL FLORIPA - Centro Público de Economia Solidária em Florianópolis - SC

O presente trabalho pretende abordar o tema “Economia Solidária” através do projeto de uma edificação que atenda as necessidades práticas de um Centro Público de Economia Solidária em Florianópolis. A edificação pode ser caracterizada como um espaço multifuncional público de caráter comunitário que se destina a articular oportunidades de geração, promoção e fortalecimento do trabalho coletivo baseado na Economia Solidária, contando com ambientes administrativos, educacionais, de capacitação e de comercialização, gerando renda, troca de saberes, interação e consequente inclusão social dos usuários do local.

2017-2

Refugiando Sonhos - Entre arquitetura e deslocados urbanos

Link para site do trabalho 
hschurhaus.wix.com/refugiando

Refugiando sonhos - Entre arquitetura e refugiados urbanos

Na condição de um migrante voluntário temporário, pude experienciar uma fração exígua do que imigrantes vivenciam cotidianamente a partir de seus deslocamentos. Preconceito, barreiras impostas por símbolos e linguagens e sensação de não pertencimento ao lugar ou comunidade. Imigrantes vivenciam diariamente situações muito mais dramáticas, complexas e sem a mesma condição financeira ou psicológica. A criminalização do imigrante e a recente ascenção (novamente) de pensamentos nacionalistas extremistas e preconceituosos mundo afora foram determinantes na escolha do tema.
O trabalho desenvolvido aborda a questão migratória contemporânea e seus reflexos e influências na urbe. Busca potencializar os aspectos positivos das migrações no contexto urbano através de um ensaio projetual no centro da cidade de Florianópolis, cidade formada e constituída a partir de movimentos migratórios. A pesquisa realizada procura trazer à luz um entendimento geral sobre o assunto em três diferentes níveis: mundial, nacional e local - cidade de Florianópolis e região. É necessário ressaltar a imersão em outras disciplinas como a psicologia e economia na construção de um arcabouço mais rico e que trouxe elementos importantes à pesquisa. Paralelamente, a aproximação a grupos e atores locais como o GAIRF (Grupo de apoio a imigrantes e refugiados em Florianópolis e região) e aos profissionais da psicologia do NemPSIC (Núcleo de estudos sobre Psicologia, Migrações e Cultura - UFSC) foi de fundamental importância no entendimento mais claro das demandas e possibilidades a nível local.

O ensaio projetual proposto abordará a inserção de um equipamento de uso público destinado ao apoio ao imigrante na cidade de Florianópolis. Procura, através de espaços de assistência e encontro, promover a criação de pontes ao invés de muros, facilitando a transição entre sociedades e culturas muitas vezes extremamente distintas, com a consequente integração e inclusão do imigrante na sociedade local. A proposta se baseia em três pilares principais: Assistência, Oportunidade e Integração. O programa atua de maneira cíclica. O pilar da Assistência visa propor espaços para as demandas mais críticas e emergenciais dos imigrantes, como documentação, assistência psicológica e jurídica, conhecimento de linguagens e padrões. Posteriormente, através do pilar da Oportunidade, procura aproveitar e trazer à tona as potencialidades que as migrações podem trazer, fomentando o contato entre imigrantes e sociedade local. O pilar da Integração é uma consequência direta dos outros dois pilares e seria o determinante na construção de uma terceira sociedade que surge a partir do contato e da quebra de barreiras entre sociedade local e "estrangeira".

Palavras chave: imigração; oportunidade; integração; cultura.

2016-2

Ponto incentivador de cultura - Proposta de integração entre a escola e a cidade

Este trabalho se oferece como uma contribuição para o florescimento cultural de São José. Não se trata de um equipamento de cultura isolado, mas disposto a se inserir no cotidiano do município e se conectar a outras instituições suas. A proposta é despertar os habitantes locais para a valorização da vida artística e um maior engajamento com atividades cultuais. Entende-se que a cultura não se faz separadamente em um edifício intitulado Centro Cultural, e sim que resulta de costumes, modo de vida, convivência e distintas realidades da população. Se aqui se optou pelo projeto de edificação desse centro, é porque nele se vê uma contribuição relevante para o fomento da cultura josefende. 
 
O que se propõe? Que oficinas, dinâmicas e atividades culturais realizadas com os alunos de ensino integral, assim como cursos livres abertos à comunidade e demais ações, que nada disso ficasse restrito aos limites do terreno de 4.500 m² usado para o edifício. A intenção é que essa realidade cultural flua para o território de São José, marcando o caminho diário percorrido pelos alunos das escolas vinculadas ao projeto com intervenções, esculturas e pinturas localizadas em pontos estratégicos, tornando o espaço da cidade mais acolhedor e estimulante. Já a edificação cultural em si se pretende um local de encontro combinado ou ocasional, um lugar de se consumir e se produzir arte, um espaço de conectar as pessoas porque são elas, evidentemente, que configuram as cidades. 

Espaços assim são necessários para compor os bairros, junto com residências, comércios e serviços. São eles que tornam um bairro realmente agradável e de convivência comunitária. Desde de o inicio, a intenção foi buscar um desenho que se configurasse como um destes “terceiros lugares”, portanto a ambição era propor um espaço que facilitasse o encontro dos moradores e estimulasse a vida comunitária, gerando cultura e impulsionando a diversidade.
 
O caderno de TCC2, por se encontrar com tamanho um pouco superior ao permitido para upload no site, pode ser acessado no link abaixo: